quarta-feira, 31 de julho de 2013

SER NEGRO NO BRASIL


http://www.geledes.org.br/em-debate/colunistas/18065-ser-negro-no-brasil

SER NEGRO NO BRASIL

Categoria: Colunistas
Publicado em Sábado, 13 Abril 2013



negros13
Ser negro no Brasil de hoje requer de uma assumir posturas e tomar atitudes extremamente mordaz, a fim de que possa sobreviver às estruturas racistas existentes. SOUZA (1983) nos diz que ser negro no Brasil, é tornar-se negro, “é tomar posse dessa consciência e criar uma nova consciência que reassegure o respeito às diferenças e que reafirme uma dignidade alheia a qualquer tipo de exploração”. Requer entender as bases racialistas sobre as quais a nossa sociedade está apoiada, e assim poder confrontá-las numa postura consciente a qual devemos estar sempre atentas.
Quanto a isso, concordo plenamente. Precisamos, sim, tomar posse de uma consciência que ultrapasse as barreiras sociais de existência do indivíduo.
Mas é notório dizer que as assimetrias sociais existentes no Brasil, por conta do seu percurso histórico de colonialismo e escravidão que perdurou por mais de trezentos anos, estão imbricadas com as assimetrias raciais, e isso é uma marca inegável na nossa historiografia.
Em meio às discussões e conquistas que vem sendo alcançadas, devo dizer que muito tem sido feito para a garantia do direito à cidadania de pessoas negras.
Mas, para além do que disse SOUZA (1983), devo confessar o que perpassa no ato de ser negro no Brasil de hoje, e para isso sugiro que assistam aos dois vídeos abaixo, para entender parte da minha crítica ácida e mordaz ao sentido que se toma o fato de ser negro no Brasil.

As estruturas racistas no Brasil adquiriram docilidade historiográfica através da ideia incutida no imaginário popular de que vivemos numa nação que fora construída e levantada por três matrizes raciais, e com isso o conceito de mestiçagem ganha forma, a fim de desfazer qualquer “mal-entendido” dos negros em relação aos não-negros. E Gilberto Freyre foi um dos maiores fomentadores (senão o maior de todos) do conceito de mestiçagem no Brasil. Em seu “clássico” Casa-Grande & Senzala, ele afirma que:
Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo – há muita gente de jenipapo ou mancha mongólica pelo Brasil – a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do sul, e em Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e remota, do africano.
Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer, ela própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que nos contou as primeiras histórias de bicho ou de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de uma coceira tão boa. Da que nos iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama-de-vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo. (Grifos meus)
Posto isso, fica fácil tentar desconstruir a ideia de descaso e desamparo social experienciado por negras e negros neste país. Sendo assim, apontarei diversas situações do que é, de fato, ser negro no Brasil.
O primeiro vídeo mostra um garotinho loirinho, de olhos azuis cobrindo-se de lama afirmando veementemente que quer ser negro, e este ainda detém de um caráter dócil e engraçado. Além da propensa finalidade de infantilizar o público, por isso, o uso da imagem de uma criança, que nem de longe refaz a conjuntura social que uma criança negra vivencia.
Pois, ser negro é ser barrado na porta giratória da agência bancária, pelo simples fato de o segurança supor que você, por ser preto, é ladrão. Ser negro é morar em bairros de periferia cuja infraestrutura pública (asfaltamento, iluminação pública, sistema de água e saneamento, transporte coletivo, escolas, hospitais) não chega. E a única representação do Estado que se faz presente é a polícia, e sabemos bem o porquê.

Ser negro no Brasil de hoje está para além da afirmação identitária e social, pois lembro que os negros dos séculos XVIII e XIX, ainda que forros, tinham de carregar a todo o tempo sua carta de alforria para provar sua liberdade e não correr o risco de ser capturado e vendido como escravo. O mesmo acontecia na África do Sul no regime do apartheid, em que negros tinham de carregar o passe, no qual deveria constar nome, idade, raça, em que bairro morava, para onde estava indo, o que tinha para fazer naquele lugar, e quanto tempo era necessário para executar a tarefa. Em caso da não apresentação desse documento ou recusa em apresentá-lo ao policial podia-se ser preso. E quando a população se rebelou contra isso, a polícia abriu fogo e matou 69 pessoas em Sharpeville, no dia 21 de março de 1960.
Diante disso, me parece verossímil estabelecer uma analogia entre os casos acima, inclusive pela permanência desses aspectos ainda presentes na nossa realidade. São aspectos atemporais e que se renovam a cada dia, ganhando forma e estrutura sofisticada para manter-nos nos lugares de onde nunca devemos sair. E isso se faz notório quando se ouve a pecha do “procure seu lugar” ou “se compreenda”. Quem nunca ouviu isso na vida? Essas são palavras que personificam as definições de lugar ao qual negras e negros estão subjugadas. Deste modo, ser negro no Brasil é enfrentar todos os transtornos e barreiras sociais que estão postas.
Ser preto neste país é compor o exército da população carcerária brasileira, que segundo dados do IBGE, em pesquisas realizadas em 2012, constavam de 549.577 detentos, ao tempo que o número de habitantes no país, também dados de 2012, estava no índice de 193.946.886 pessoas. Ou seja, de acordo com cálculos feitos por Catarino Neto, professor de Matemática do Quilombo Ilha, cerca de 0,28% da população brasileira está no xilindró (a cada 351 pessoas que gozam de sua liberdade, uma está presa). E quem compõe esse exército? Pretos, pobres e favelados.
Essa estatística também abrange o campo educacional, porque ser negro no país é ajudar a compor o índice de analfabetismo, média que abrange sujeitos em sua maioria com mais de dezoito anos. O que quer dizer que9% da população, dos quase 200 milhões de habitantes, é analfabeta nesse país, ao tempo que menos de 3% dessa mesma população ocupa os bancos universitários, mas atentemos para o fato de que esse último índice situa-se no fator global da população, pois quando se reporta à população negra nas universidades, haverá uma queda vertiginosa nesse quantitativo. Por isso, a implementação do sistema de cotas se faz mais do que necessária para começar a corrigir essa distorção.
Há quem diga que essas estatísticas não fazem recorte racial, e assim não dá pra saber quanto desse índice é composto por pretos ou não. Eu vos digo que nem precisa, pois num país em que negros – não falo de exceções, e sim das regras – começaram a adentrar os espaços escolares apenas no século XX (a duríssimas penas, diga-se de passagem), quando essa permissividade já era concedida aos não-negros há bem mais tempo, cerca de um século antes, pra ser bastante bondosa, não dá pra estabelecer critérios equitativos entre ambos.
*          *          *
Falemos agora do segundo vídeo, no qual uma garotinha branca e de cabelos lisos, sedosos e esvoaçantes ao vento, esperneia, berra aos quatro cantos da casa que “quer ter cabelo duro”. Recentemente, uma amiga da rede social compartilhou esse vídeo marcando meu nome e dizendo: “Olha, Paula, que gracinha o que a menina diz. Que fofa!”. Eu, sem saber do que se tratava, assisti ao vídeo e vi o mar de comentários que diziam achar “lindinho” o que a garotinha havia feito. De fato, pode ser muito engraçado, muito “bonitinho”. E é. É exatamente isso que o racismo faz, nos trata como bichinhos de estimação e usa de artimanhas para nos ofender, e ferir nossa autoestima. Será mesmo que essa garotinha gostaria de ter um “cabelo duro”. O que seria, de fato, um cabelo duro para ela?
Com um discurso ferrenho acerca de estética corporal da mulher negra, e com um escrito fundante a respeito da construção e valorização da autoestima pelo cabelo, eu não sou a pessoa mais indicada para apreciar produções como a do segundo vídeo e achá-las “bonitinhas”. Confesso que odiei o vídeo, não vi nada de engraçado, pelo contrário, repugnei a postura da pessoa que me marcou por ter associado à minha imagem a uma produção como tal. Mas não levantei, na época, discussões axiológicas, a fim de não me indispor em conversinhas infundadas de redes sociais.
Mas volto à pergunta. O que seria mesmo um “cabelo duro”? Duro, segundo HOUAISS (2008), significa “algo que resiste ao desgaste e à penetração resistente, algo impenetrável”. Cabelo de pessoas negras seria algo impenetrável e concreto? Não, não seria, como de fato não é. Mas a aspereza em registrar e firmar esses conceitos fomenta no imaginário de um indivíduo bases sólidas, das quais, muitas vezes, ele tenta desfazer. Isso quando consegue. Na maioria dos casos, afirmar sua negritude através do cabelo é um processo extremamente penoso numa sociedade que prega um padrão estético de beleza que preconiza a lisura do cabelo.
Digo isso porque meu trabalho consiste numa educação antirracista e jamais gostaria de vivenciar as dimensões sofríveis de uma criança diante a aceitação de sua identidade negra. Reporto-me à singularidade também de quem tem garotas negras na família e que não espera vê-las afundadas no ódio de ter um “cabelo duro”.
Ser negro no Brasil é também confrontar ações que nos acometem todos os dias ao epistemicídio nas universidades, ao afrogenocídio nas zonas urbanas das grandes cidades, ao feminicídio de muitas mulheres negras que morrem violentamente, a violência obstétrica sofrida por tantas outras em hospitais por não terem anestesia nos partos, ou fazerem abortos, e por isso, não devem ter direito á assistência médica adequada.
Isso é ser negro no Brasil. Resta alguma dúvida?
E se você acha que eu estou exagerando ou vendo coisa onde não existe, vista minha pele por um dia e, depois, me conte como foi a experiência.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51ª ed. rev. São Paulo:Global, 2006.
HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss de língua portuguesa. 3º ed. rev. e aum. Rio de Janeiro:Objetiva, 2008.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascenção social. Rio de Janeiro:Edições Graal, 1983.

Não Cadiveu, eu não preciso de você!

"O susposto cabelo ruim é na verdade uma escultura em potencial

Preta, preta, pretinha e a cor do preconceito

Não vou dar senha porque não gosto de mulheres negras

Invisível e invizibilizado – ser negro no Brasil

Ser negro no Brasil hoje

"Tornar-se Negro - As vicissitude do negro em ascensão social" de Neusa Santos Sousa

Fonte: Escrevivência


TRANÇAS - PENTEADO

domingo, 28 de julho de 2013

Estagiário negro: cinismo de Gurgel foi longe demais | Conversa Afiada

Estagiário negro: cinismo de Gurgel foi longe demais | Conversa Afiada

Barbosa: Brasil não está preparado para um presidente negro


http://oglobo.globo.com/pais/joaquim-barbosa-brasil-nao-esta-preparado-para-um-presidente-negro-9224636#ixzz2aLN9mDCD

Joaquim Barbosa: Brasil não está preparado para um presidente negro

  • Presidente do STF falou com exclusividade à colunista Míriam Leitão
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Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal
Foto: Camilla Maia / O Globo
Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal Camilla Maia / O Globo
RIO - Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda há bolsões de intolerância racial não declarados no Brasil. Ele afirma não ser candidato e diz que seu nome tem aparecido com relevância em pesquisas eleitorais por causa de manifestações espontâneas da população. Segundo ele, que se define politicamente como alguém de inclinação social democrata à europeia, o Brasil precisa gastar melhor seus recursos públicos, com inúmeros setores que podem ser racionalizados ou diminuídos.
O senhor é candidato à presidente da República?
Não. Sou muito realista. Nunca pensei em me envolver em política. Não tenho laços com qualquer partido político. São manifestações espontâneas da população onde quer que eu vá. Pessoas que pedem para que eu me candidate e isso tem se traduzido em percentual de alguma relevância em pesquisas.


As pessoas ficaram com a impressão de que o senhor não cumprimentou a presidente.
Eu não só cumprimentei como conversei longamente com a presidente. Eu estava o tempo todo com ela.
O Brasil está preparado para um presidente da República negro?
Não. Porque acho que ainda há bolsões de intolerância muito fortes e não declarados no Brasil. No momento em que um candidato negro se apresente, esses bolsões se insurgirão de maneira violenta contra esse candidato. Já há sinais disso na mídia. As investidas da “Folha de S.Paulo” contra mim já são um sinal. A “Folha de S.Paulo” expôs meu filho, numa entrevista de emprego. No domingo passado, houve uma violação brutal da minha privacidade. O jornal se achou no direito de expor a compra de um imóvel modesto nos Estados Unidos. Tirei dinheiro da minha conta bancária, enviei o dinheiro por meios legais, previstos na legislação, declarei a compra no Imposto de Renda. Não vejo a mesma exposição da vida privada de pessoas altamente suspeitas da prática de crime.
Como pessoa pública, o senhor não está exposto a todo tipo de pergunta e dúvida dos jornalistas?
Há milhares de pessoas públicas no Brasil. No entanto os jornais não saem por aí expondo a vida privada dessas pessoas públicas. Pegue os últimos dez presidentes do Supremo Tribunal Federal e compare. É um erro achar que um jornal pode tudo. Os jornais e jornalistas têm limites. São esses limites que vêm sendo ultrapassados por força desse temor de que eu eventualmente me torne candidato.
Que partido representa mais o seu pensamento?
Eu sou um homem seguramente de inclinação social democrata à europeia.
Como ampliar o Estado para garantir direitos de quem esteve marginalizado, mas, ao mesmo tempo, controlar o controle do gasto público para manter a inflação baixa?
O primeiro passo é gastar bem. Saber gastar bem. O Brasil gasta muito mal. Quem conhece a máquina pública brasileira, sabe que há inúmeros setores que podem ser racionalizados, podem ser diminuídos.
O senhor disse que o Brasil está numa crise de representação política. O que quis dizer com isso?
Ela se traduz nessa insatisfação generalizada que nós assistimos nesses dois meses. Falta honestidade em pessoas com responsabilidade de vir a público e dizer que as coisas não estão funcionando.
Quando serão analisados os recursos dos réus do mensalão?
Dia primeiro de agosto eu vou anunciar a data precisa.
Eles serão presos?
Estou impedido de falar. Nos últimos meses, venho sendo objeto de ataques também por parte de uma mídia subterrânea, inclusive blogs anônimos. Só faço um alerta: a Constituição brasileira proíbe o anonimato, eu teria meios de, no momento devido, através do Judiciário, identificar quem são essas pessoas e quem as financia. Eu me permito o direito de aguardar o momento oportuno para desmascarar esses bandidos.
Por que o senhor tem uma relação tensa com a imprensa? O senhor chegou a falar para um jornalista que ele estava chafurdando no lixo.
É um personagem menor, não vale a pena, mas quando disse isso eu tinha em mente várias coisas que acho inaceitáveis. Por que eu vou levar a sério o trabalho de um jornalista que se encontra num conflito de interesses lá no Tribunal. Todos nós somos titulares de direitos, nenhum é de direitos absolutos, inclusive os jornalistas. Afora isso tenho relações fraternas, inúmeras com jornalistas.
A primeira vez que conversamos foi sobre ações afirmativas. Nem havia ainda as cotas. Hoje, o que se tem é que as cotas foram aprovadas por unanimidade pelo Supremo. O Brasil avançou?
Avançou. Inclusive, entre as inúmeras decisões progressistas que o Supremo tomou essa foi a que mais me surpreendeu. Eu jamais imaginei que tivéssemos uma decisão unânime.
Nos votos, vários ministros reconheceram a existência do racismo.
O que foi dito naquela sessão foi um momento único na história do Brasil. Ali estava o Estado reconhecendo aquilo que muita gente no Brasil ainda se recusa a reconhecer, e a ver o racismo nos diversos aspectos da vida brasileira.
Os negros são uma força emergente. Antes, faziam sucesso só nas artes e no futebol, mas, agora, eles estão se preparando para chegar nos postos de comando e sucesso em todas as áreas. Como a sociedade brasileira vai reagir?
Ainda não vejo essa ascensão dos negros como algo muito significativo. Há muito caminho pela frente. Ainda há setores em que os negros são completamente excluídos.
Como o Brasil supera isso?
Discutindo abertamente o problema. Não vejo nos meios de comunicação brasileiros uma discussão consistente e regular sobre essas questões.
Como superar a desigualdade racial, mantendo o que de melhor temos?
O que de melhor nós temos é a convivência amistosa superficial, mas, no momento em que o negro aspira a uma posição de comando, a intolerância aparece.
Como o senhor sentiu no carnaval tantas pessoas com a máscara do seu rosto?
Foi simpático, mas, nas estruturas sociais brasileiras, isso não traz mudanças. Reforça certos clichês.
Reforça? Por quê
Carnaval, samba, futebol. Os brasileiros se sentem confortáveis em associar os negros a essas atividades, mas há uma parcela, espero que pequena da sociedade, que não se sente confortável com um negro em outras posições.
O senhor foi discriminado no Itamaraty?
Discriminado eu sempre fui em todos os trabalhos, do momento em que comecei a galgar escalões. Nunca dei bola. Aprendi a conviver com isso e superar. O Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil.
O senhor não passou no concurso?
Passei nas provas escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou. Todos.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/joaquim-barbosa-brasil-nao-esta-preparado-para-um-presidente-negro-9224636#ixzz2aNTpfWER
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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Mulher negra - racismo institucional nos serviços públicos no país

http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/265-generos-em-noticias/20048-mulheres-negras-enfrentam-negligencia-e-racismo-nos-servicos-publicos-do-pais

mulher negra
Mulheres negras enfrentam negligência e racismo nos serviços públicos do país
25 de Julho - Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Acompanhe a série especial produzida pela Rádio MEC AM do Rio de Janeiro. No segundo programete, o foco maior na saúde das mulheres negras e nos impactos do racismo institucional
Apresentação Denise Viola



Fonte: Radio Agencia NP

POVOS INDÍGENAS e o desmatamento


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=574529962588110&set=a.413896285318146.86409.292727777434998&type=1&theater

CABELOS CRESPOS - o resgate dos fios naturais


http://www.revistaafro.com.br/beleza-negra/o-movimento-das-americanas-pelo-resgate-dos-fios-naturais/

O movimento das americanas pelo resgate dos fios naturais

11/09/2012 3 Comentários
A britânica Zina Saro-Wiwa acaba de produzir um documentário sobre mulheres negras americanas que, como ela, estão “transitando” do cabelo alisado quimicamente para penteados mais naturais. É uma mudança e tanto no comportamento das mulheres do país, e que Zina fez questão de registrar.
Segundo uma pesquisa realizada pela cineasta, o cabelo liso predomina entre as estrelas negras do mundo pop americano, entre elas Jada Pinkett-Smith, Naomi Campbell, Tyra Banks, Vanessa Williams, e muitas outras.
Em texto publicado pelo new York Times, Zina conta que não pretendia ser personagem de seu próprio filme.
- Mas, ao incluir minha história, eu me vi obrigada a pensar sobre como eu me sentia sobre meu cabelo com uma honestidade que jamais tive -, explicou ela.
Segundo Zina, há muitas mulheres negras trocando o liso pelo cacheado sem fazer alarde.
- Não é um movimento movido pela raiva. As mulheres não estão dizendo que sua motivação é combater os ideais eurocêntricos de beleza. Em vez disso, é um movimento caracterizado pela autodescoberta e pela saúde.
A britânica deu ainda declarações sobre como viu o cabelo afro no seu convívio pessoal:
- Eu lembro de chegar às sete da manhã na faculdade e ver as meninas com os cabelos cuidadosamente penteados. Como isso é possível? Por que não podemos nos aceitar do jeito que somos – questiona.
Zina reconhece a dimensão política do fenômeno, principalmente nos Estadou Unidos, porque a figura do negro no país é historicamente vinculada a lutas sociais.
- Demonstrar esse nível de auto-aceitação representa uma poderosa evolução na expressão política negra – , diz Zina. – Dizer em voz alta ‘eu sou negra e me orgulho disso’ é uma coisa; acreditar nisso silenciosamente é outra.

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Comentários (3)

  1. Edna Baraúna disse:
    Nos padrões ocidentais, a pessoa negra é considerada como um símbolo sensual, seja masculino ou femenino. Infelizmente entre nós há aqueles que por ignorância de nossa história, mundialmente, assim como por falta de conhecimento de nossas origens aceitam e até se orgulham disso, confundindo boa apresentação com aparência “sexy” ou excêntrica; seguindo padrões que lhes são ditados sem considerar a autenticidade, conveniencia e racionalidade dos mesmos.

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

De uma mãe negra - Ao menino Trayvon

http://blogueirasnegras.wordpress.com/2013/07/23/maternidade-negra/

Informação para fazer a cabeça

Uma carta de amor aberta para o meu filho: Sobre luto, amor e maternidade negra

Por Christen Smith para as Blogueiras Negras com tradução de Viviane Santiago da Silva
Criar e educar crianças negras – de sexo masculino e feminino – na boca de um dragão racista, sexista e suicida é perigoso e incerto. Se eles/as não podem amar e resistir ao mesmo tempo, eles/as provavelmente não sobreviverão. E em ordem de sobreviver eles devem se desprender/liberar. Isto é o que mães ensinam – amor, sobrevivência… (Audre Lorde, “Man Child” in Sister Outsider, 1984).
Quando eu estava grávida de você, eu tinha certeza de que você era uma menina. Mesmo quando um/a sábio/a atrás do/a outro/a olhava diretamente para a minha barriga enorme e redonda, balançava a cabeça e me dizia: “Não, isso é um menino”, eu não acreditava neles. Eu não poderia me imaginar tendo um menino. Menininhos nunca foram uma parte das minhas fantasias de maternidade. Eu sempre me imaginei como mãe de menina. Uma menina para ser exata: exatamente como minha mãe, a mãe da minha mãe e a maioria das minhas tias. Então, quando seu pai e eu fomos fazer nosso ultrassom de cinco meses de gravidez para descobrir o seu sexo e ter certeza de que você estava bem, eu estava numa jornada de confirmação e não de descoberta.
Eu deitei naquela conhecida mesa de falso couro do médico. Levantei minha camisa e esperei para que a geleia gelada fosse aplicada. Nós dois estávamos tontos de ansiedade. Nas nossas mentes, nós não nos importávamos se você era um menino ou uma menina. Era a excitação de atingir outro marco na gravidez que era eufórico. O médico começou a descrever seu batimento cardíaco, sinais vitais, contar dedos dos pés e das mãos, tudo enquanto nós observávamos você, nadando pacificamente, na tela de projeção. Já treinado na teatralização do processo, o médico esperou até o finalzinho da consulta para perguntar se nós queríamos saber o seu sexo. Nós inspiramos e dissemos: “Sim”. Com olhos brilhantes da certeza de nosso entusiasmo, ele disse: “Tá vendo isso aqui, isso é um pênis, e ali está o escroto dele, você está gerando um menino!” Minha respiração parou momentaneamente e calafrios percorreram meu corpo. Eu forcei um sorriso. Eu já amava você profundamente, mas saber que você era um menino e não uma menina me paralizou de medo.
Quando estávamos saindo do consultório do médico, seu pai olhou para mim e perguntou: “Você está bem?”, como se ele soubesse que minha cabeça estava girando com as emoções que eu estava apenas começando a entender. Eu forcei um outro sorriso, respondi: “Sim, eu estou bem”, e fui ao banheiro para me recompor. Eu lavei meu rosto e tentei sair dessa sensação de vertigem que eu estava sentindo. Mas eu não podia afastar a dor surda de tristeza que eu sentia e não podia entende o porquê. A boa feminista em mim repreendia: “Sexo é uma construção social. Recomponha-se.” Mas a sensação fria permanecia. Quando eu estava saindo da clínica para a calçada ensolarada, a sensação fria se transformou em pânico. Envergonhada, eu tentei esconder isso de todo mundo: seu pai, seus avós e meus amigos. Eu não queria que ninguém soubesse que saber que você era um menino me deu uma sensação de pavor que eu não podia entender ou explicar. Eu comecei a fazer pequenos comentários para a nossa família que davam uma pista do meu sofrimento emocional. Eu poderia dizer coisas como: “Eu não tenho a menor idéia sobre o que fazer com um menino”, ou “Nós apenas não temos nenhum menino em nossa família”, mas minha mente não podia ou não permitia que eu colocasse em palavras o indizível terror que eu sentia.
Eu estava em estado de choque e demorou muito para que eu entendesse o porquê. Foi somente em fevereiro de 2012, depois que você nasceu, essa bela e extraordinária pessoa que você é, e já estava nesse mundo por quase um ano, que eu comecei a confrontar meu segredo vergonhoso. Esse foi o dia em que eu soube que Trayvon Martin tinha sido baleado e assassinado, e ouvi sobre as circunstâncias da morte dele. Quando eu ouvi essas notícias, eu sentei e chorei. Eu chorei por ele. Eu chorei pela família dele. Eu chorei pelas pessoas negras em todos os lugares. Mas, acima de tudo, eu chorei por você.
Eu, uma mãe negra de um menino negro, entendia e conhecia a dor que Sybrina Fulton (a mãe de Trayvon Martin) estava experienciando através de um intenso sentido de empatia diaspórica que atravessava/cruzava o tempo e o espaço. E eu estava petrificada pelo pensamento de perder você, ou ser mais uma mulher negra perdendo mais um filho negro. Novamente, outro assassinato de outra criança negra mal interpretado como um homicídio justificável me forçou a a confrontar o pânico secreto e tendencioso com relação ao gênero sobre maternidade negra que eu tinha carregado comigo desde que eu era uma criança. Por mais irracional que isso pareça, a descoberta de que você era um menino me fez sentir como se você estivesse recebendo uma sentença de morte. Eu sabia naquela época, como eu sei agora, que meninas negras também são desproporcionalmente impactadas pela violência policial, e eu também sabia, como JamilaAisha Brown observa, que essa realidade é invisível e silenciada. Nós nunca devemos esquecer Ayana Stanley-Jones, Reika Boyd, Malaika Brooks, Jaisha Akins e Frankie Perkins, mulheres negras assassinadas e imencionavelmente prejudicadas pela polícia, cujas vidas relembram a sempre tão frequente realidade de violência estatal contra as mulheres negras nos Estados Unidos. E a realidade da violência policial contra pessoas transgênero/a é literalmente inconcebível na nossa socieade, onipresente, mas invisível para a maioria dos que não são parte dessa comunidade.
Entendendo tudo isso, e reconhecendo as óbvias contradições inerentes ao meu medo, eu ainda não conseguia afastar o sentimento de tristeza e desamparo associados ao fato de trazer você a este mundo. Na minha mente traumatizada e irracional, maternar meninos negros era um luto iminente e a empatia que eu sentia por mulheres como Sybrina Fulton, Mammie Till e Laura Nelson tornou isso ainda mais nítido. Mas meus sentimentos não se originaram/nasceram apenas no/do silêncio hegemônico que blinda a real letalidade da supremacia heterrosexista e patriarcal contra mulheres negras e pessoas negras transgêneras. Eles também se originavam dos crus e dolorosos sentimentos de amor que eu tenho por você.
Silenciosamente e quase inconscientemente, por anos, eu tinha desenvolvido um senso de vida e amor que estava sendo moldado por minhas preocupacões com os assassinatos sem sentido de crianças negras que acontecem diariamente nos nossos dois lares: Os Estados Unidos e o Brasil. Entendendo, pesquisando e escrevendo sobre a morte negra, eu me vi paralisada com o medo da perda. Antes de eu me tornar a mãe, eu podia compartimentalizar aquele sentimento e distanciá-lo. Porém, depois que eu me tornei mãe, eu não podia mais distanciar as realidades de violência com as quais eu tinha começado a viver nos meus pensamentos e reflexões diárias. Mesmo quando você crescia no meu útero, eu incoscientemente comecei a tritutar estatísticas na minha mente, numa tentativa de criar um cenário que de algum modo pudesse fazer sua sobrevivência mais provável. Fundamentalmente, eu amava tanto você que eu não podia suportar a ideia de você possivelmente ser tomado de mim pelo “dragão suicida” que é o nosso mundo. Minha esperança de que você fosse uma menina era meu desespero em acreditar que, de algum modo, existiria uma maneira de bater as probabilidades do jogo de roleta russa que é a vida de pessoas negras nas Américas.
Depois de dedicar anos me posicionando pessoalmente e politicamente contra a violência policial (e seu parente próximo, o vigilantismo) contra pessoas negras nos Estados Unidos e no Brasil e traçando a genealogia da tortura e da morte da população negra a partir da escravidão no hemisfério americano até linchamentos, grupos de extermínio e policiamento nas duas nações, eu passei a aceitar que o mundo toma meninos negros de suas mães, frequentemente na frente dos olhos delas, sem nenhum motivo, sem razão, ao caso e ainda assim com uma intenção cruel.
Eu conheci as mães de Canabrava no I Encontro Popular pela Vida e um Outro Modelo de Segurança Pública em Salvador, Bahia, em 2009, após uma centena de policiais civis e militares do batalhão de operações especiais terem invadido o bairro delas e executado sumariamente cinco jovens homens daquela comunidade. Três dos jovens, Edmilson Ferreira dos Anjos (22), Rogério Ferreira (24) e Manoel Ferreira (23) eram irmãos. De acordo com a irmã deles, a polícia invadiu a casa deles, puxaram a mãe deles pra fora e atirou nos meninos enquanto eles estavam assistindo televisão, no sofá e dormindo no quarto. Eu conheci Debora Silva, das Mães de Maio, cujo filho foi uma das 493 pessoas que a polícia matou em São Paulo em 1996, em retaliação às revoltas do PCC. Eu conheci Deise, uma das milhares ( sim, milhares) de mães negras cujos filhos foram assassinados pela polícia no Rio de Janeiro nos últimos dez anos, que teve que contratar um investigador particular para encontrar o corpo mutilado de seu filho após ele ter sido assassinado. Nos olhos delas, eu vi a morte em vida que acontece quando a alegria de sua vida é sugada pela supremacia branca. O mesmo olhar eu já tinha visto nos olhos de Sybrina Fulton, nos olhos de Mamie Till e nas fotos de mães, irmãs, filhas e parceiras, longe, nas sombras dos linchamentos nos Estados Unidos, esperando para recolher os restos mortais dos seus entes queridos. Eu lembrei da tia que você nunca conheceu, que perdeu seus meninos para a violência policial e a violência das ruas, mas que tinha mantido suas meninas. Porque eu conhecia mais mulheres negras que tinham sobrevivido à violência policial (mesmo que as suas vidas tenham se tornado uma morte em vida), eu ansiava que você fosse uma menina.
Desde que você nasceu, eu tenho lutado com o terror que eu senti naquele dia em que eu descobri que você era um menino e agora que seu irmãozinho está aqui, minha jornada para superar esse terror tem se tornado mais intensa. Ainda assim, lindamente, misticamente, você tem me ensinado a desmentir os meus medos e apenas amar você, reconhecendo o que Audre Lorde disse muitos anos atrás: “Se [você] não pode amar e resistir ao mesmo tempo, [você] provavelmente não sobreviverá… Para sobreviver, crianças negras na América, devem ser criados para ser guerreiros”(1984:74-75). Então, minha promessa a você é criar você como um guerreiro, porque essa é a única coisa que eu posso fazer. E entender que este é o meu jeito de amar você em cada passo do caminho. Cada dia que você vive e ama, sorri e gargalha, ri e chora, nos seus olhos brilhantes, você carrega a felicidade de Olorum; e eu sou relembrada de que você voltou para lutar mais um dia. Você e seu irmão não são meus, mas um dia vocês vão crescer e se tornar ferozes guerreiros por verdade e justiça.
Grávida de você
Grávida de você

Texto originalmente publicado em The Feminist Wire. Tradução em parceria com as Pretas Candangas, coletivo de mulheres negras do DF.

Christen Smith é professora assistente dos Departamentos de Antropologia e Estudos da África e a Diáspora Africana na Universidade de Texas em Austin. Pesquisa a conexão entre raça, violência e performance nas Américas.

Ellen Oléria canta Anunciação - 22.03.2013

Não Existe Cabelo Ruim por Rayza Nicácio

Júlia ensinando a gostar dos seus cachos

terça-feira, 23 de julho de 2013

CABELOS - americanas pelo resgate dos fios naturais

http://www.revistaafro.com.br/beleza-negra/o-movimento-das-americanas-pelo-resgate-dos-fios-naturais/

O movimento das americanas pelo resgate dos fios naturais

11/09/2012 | 3 Comentários
A britânica Zina Saro-Wiwa acaba de produzir um documentário sobre mulheres negras americanas que, como ela, estão “transitando” do cabelo alisado quimicamente para penteados mais naturais. É uma mudança e tanto no comportamento das mulheres do país, e que Zina fez questão de registrar.
Segundo uma pesquisa realizada pela cineasta, o cabelo liso predomina entre as estrelas negras do mundo pop americano, entre elas Jada Pinkett-Smith, Naomi Campbell, Tyra Banks, Vanessa Williams, e muitas outras.
Em texto publicado pelo new York Times, Zina conta que não pretendia ser personagem de seu próprio filme.
- Mas, ao incluir minha história, eu me vi obrigada a pensar sobre como eu me sentia sobre meu cabelo com uma honestidade que jamais tive -, explicou ela.
Segundo Zina, há muitas mulheres negras trocando o liso pelo cacheado sem fazer alarde.
- Não é um movimento movido pela raiva. As mulheres não estão dizendo que sua motivação é combater os ideais eurocêntricos de beleza. Em vez disso, é um movimento caracterizado pela autodescoberta e pela saúde.
A britânica deu ainda declarações sobre como viu o cabelo afro no seu convívio pessoal:
- Eu lembro de chegar às sete da manhã na faculdade e ver as meninas com os cabelos cuidadosamente penteados. Como isso é possível? Por que não podemos nos aceitar do jeito que somos – questiona.
Zina reconhece a dimensão política do fenômeno, principalmente nos Estadou Unidos, porque a figura do negro no país é historicamente vinculada a lutas sociais.
- Demonstrar esse nível de auto-aceitação representa uma poderosa evolução na expressão política negra – , diz Zina. – Dizer em voz alta ‘eu sou negra e me orgulho disso’ é uma coisa; acreditar nisso silenciosamente é outra.

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Veja também:

CABELO - menina de 10 anos recusa a alisar o cabelo

http://www.revistaafro.com.br/beleza-negra/menina-de-10-anos-que-se-recusa-a-alisar-o-cabelo-vira-hit-na-internet/


Menina de 10 anos que se recusa a alisar o cabelo vira hit na internet

23/07/2013 | Comentar
Apesar de ter apenas 10 anos, ela já mostra que sabe muito bem o que quer. Decidida, Júlia Belmont, dona de uma cabeleira de dar inveja, se recusa a alisar o cabelo, mesmo ouvindo comentários preconceituosos dos amigos na escola. A jovem decidiu contar sua história em um vídeo, que acaba de se tornar o mais novo fenômeno virtual, com cerca de 55 mil visualizações no Youtube.
No vídeo com o título “Júlia ensinando a gostar dos seus cachos”, a menina conta que pediu para a sua mãe fazer uma escova, mas, quando viu o resultado, detestou e se sentiu horrível.
“Eu fui numa festa de aniversário e tinha uma menina me chamando de Creusa, só porque o meu cabelo estava armado. E eu adorei o meu cabelo. Sabe o que eu fiz? Deixei para lá, porque eu gosto do meu cabelo do jeito que é. (…) Se você nasceu com esse cabelo, aquele cabelo é pra você”, conta ela cheia de atitude.
Fofíssima, Julia diz que aprendeu que é bonita com os cabelos naturais e que nem se abalou quando foi provocada na festa. Uma verdadeira lição de autoestima.
E se você também ama o seu black, confira AQUI o vídeo.

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