domingo, 29 de janeiro de 2012

FORMOL NAO - FANTASTICO - PERIGO ALISAMENTO COM FORMOL 29 JAN 2012

O PERIGO DO FORMOL - FANTÁSTICO



Edição do dia 29/01/2012 - Atualizado em 29/01/2012 21h53

Formol é usado ilegalmente em salões de beleza para alisar os cabelos

Em 2009 a Anvisa proibiu a venda de formol puro no país todo. Mesmo assim, ele continuou sendo usado agora com outros nomes: escova inteligente, marroquina, egípcia e de chocolate.
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As autoridades de saúde já alertaram: o conteúdo do frasco é extremamente perigoso.

Estamos falando do formol, substância química, de cheiro forte, e cuja venda é controlada.

Então por que as mulheres continuam usando o formol? E por que salões de beleza insistem em aplicar o produto, em doses excessivas, para alisar o cabelo?

As fotos tiradas ainda no hospital não deixam dúvida: o corpo da comerciante Mariluz de Souza reagiu com muita força a uma intoxicação. “Ela deu entrada na emergência do hospital. Ela estava com a face inchada e com feridas no couro cabeludo, perdendo parte do cabelo”, contou o alergista Juliano Coelho Philippi.

Ainda internada, Mariluz fez vários testes, como o de alergia. “Foram aplicadas 40 substâncias. Para Mariluz, uma substância deu resultado alérgico: formaldeído, o formol. Dá para se afirmar, com certeza, que a reação foi por conta do formol. Qual é a consequência mais grave que poderia ter acontecido com ela? Desde perda do couro cabeludo até eventualmente óbito poderia acontecer”, alerta o alergista Juliano Coelho Philippi.

“Eu lembro os flashes do momento que eu entrei no hospital, que caiu minha ficha que eu pensei: ‘Meu Deus, mais um que vai passar na televisão: Mulher morre ao fazer escova com o formol’”, comentou a comerciante Mariluz de Souza.

O formol começou a ser usado para alisar os cabelos há dez anos, nos salões de beleza do subúrbio do Rio de Janeiro. “Fui eu que inventei. De uns seis meses, um ano para cá, está todo mundo em cima tentando fazer e fazendo”, comentou um cabeleireiro à época da reportagem.

Esse tipo de alisamento, que ficou conhecido como escova progressiva, virou febre também entre as paulistanas e depois chegou ao país inteiro. Até que, em 2004, veio o alerta do Instituto Nacional de Câncer (Inca). “O formol foi classificado, desde 2004, como um agente reconhecidamente cancerígeno”, afirma Ubirani Barros Otero, epidemiologista do Inca.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o formol está relacionado ao aparecimento de tumores no nariz, na boca, na faringe, na laringe e na traqueia. Também pode atacar o fígado. O câncer pode levar anos para aparecer.

“Se as pessoas começaram a usar e a fazer esse procedimento nas mulheres a partir de 2000, lá para 2020 ou 2030 a gente pode ter uma mudança no perfil dessa doença no Brasil”, prevê Ubirani Barros Otero, epidemiologista do Inca.

Por conta do uso em alisamentos, em 2009 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de formol puro no país todo. Mesmo assim, ele continuou sendo usado agora com outros nomes: escova inteligente, marroquina, egípcia, de chocolate etc.

Uma cabeleireira admite: “Quando o cliente pergunta se tem formol, a gente responde: ‘Não tem, é proibido, a gente não usa formol’. Mas na verdade tem formol, sim”.

Quando a comerciante Mariluz de Souza procurou um salão de beleza em Cuiabá para fazer um alisamento nos cabelos, ela deixou bem claro para cabeleireira. “Disse que eu não queria que fizesse escova com formol. Ela respondeu que a dela não continha formol”, afirma Mariluz.

Nós procuramos a profissional que atendeu a Mariluz. Ela disse ter aplicado um produto com pouquíssimo formol: 0,2%. Nessa quantidade, autorizada pela Anvisa, o formol atua apenas como conservante e não provoca riscos à saúde.

“Creme não alisa cabelo. Então, ele tem uma porcentagem pequena, de 0,2%, mas ele tem”, afirma a cabeleireira Cristiane Maldonado.

Atenção, mulheres: 0,2% de formol não alisa cabelo. Se a mistura alisar, é porque tem mais formol do que devia. As equipes do Fantástico foram às ruas comprar alguns dos produtos mais usados nesse tipo de alisamento.

Começamos em uma feira internacional de estética, em outubro passado, no Rio de Janeiro. “É a mais conhecida de todo o Rio de Janeiro”, comenta o vendedor. Ele diz que o produto tem só o formol liberado: “0,2%”.

Já em outro estande, a resposta é outra. “A empresa fala que é 2%. Então, eu passo que é 2%, mas eu acredito que seja mais”, conta a vendedora.

Os produtores do Fantástico foram também aos salões e compraram os alisantes direto dos cabeleireiros. Em Madureira, no subúrbio carioca, a cabeleireira separa o produto na hora. “Esse tem formol bem pouquinho. Não é aquilo que mata o povo”, diz.

Em um salão em Ipanema, a conversa dura poucos minutos na frente das clientes. “O produto está aqui dentro. Só que o produto que está aqui dentro não é o que está na embalagem”, revela um cabeleireiro.

Mas por que não vem na embalagem dele? “Porque esse é o produto que um químico faz. Isso normalmente se compra em fábrica. Eles são muito fracos. São muito fracos”, alega o cabeleireiro.

Nós trouxemos todos os produtos para serem analisados no instituto de química da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A metodologia usada é a mesma recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para esse tipo de produto. A implantação do método e os testes levaram quatro meses, e os resultados são assustadores.

Vamos ver o resultado de um produto comprado pela produtora do Fantástico no próprio salão de beleza em Ipanema, na Zona Sul do Rio. O resultado: 6,66%, mais de 30 vezes o valor permitido. Voltamos ao salão.

“A gente não trabalha mais. Todos os nossos produtos não têm nada de formol”, garantiu o cabeleireiro. “Mas você fazia até pouco tempo atrás”, pergunta a repórter. “Todo o Rio de Janeiro fazia”, responde o cabeleireiro. O Fantástico insiste. “Não vou falar mais nada. Já falei tudo”, diz o cabeleireiro.

O resultado do teste do alisante comprado no salão de Madureira. Pode matar, sim. O produto dela tem quase 18 vezes o permitido. “Eu não sabia. a gente compra de um fornecedor. Então, a gente não tem como ver se o negócio tem formol, se não tem formol”, alega a cabeleireira.

E o produto que deixou a Mariluz no hospital? Em Cuiabá, a equipe de reportagem do Fantástico pediu à cabeleireira que atendeu a comerciante uma amostra da mistura que foi usada. O resultado: 24 vezes o permitido.

“Isso aqui para mim também é uma surpresa, porque eu não tenho como analisar o produto. A gente usa o que é vendido”, justifica a cabeleireira Cristiane Maldonado.

Não é o que diz o que diz o Instituto Nacional de Câncer. “Todo cabeleireiro sabe que tem formol pelo cheiro”, afirma Ubirani Barros Otero, epidemiologista do Inca.

O Fantástico viu o resultado dos outros produtos comprados na feira de cosméticos e em uma área de comércio popular do Rio de Janeiro. Das 11 marcas testadas, 7 tinham mais formol do que o permitido – até 24 vezes mais.

Em nota, o fabricante da escova Onyx “nega que tenha usado formol acima do permitido” e admite que “pode ter ocorrido algum problema de manipulação”. O laboratório responsável pelas marcas Eagle e Alfa Trat diz que os produtos testados não são dele – “são falsificados” e que vai “levar o caso à polícia”.

O laboratório que aparece na embalagem de Algo Mais diz que "não fabrica mais" o produto e que o seu nome "está sendo usado indevidamente". O fabricante citado no rótulo de Liss Perfect não atendeu a reportagem.

Em um primeiro contato, o representante da Vitalise disse que enviaria uma nota, mas não o fez e não atendeu mais as ligações dos nossos produtores. O Fantástico não encontrou o responsável pela marca Bottox. O CNPJ e o endereço informados no rótulo são incorretos.

Mas todos esses produtos com formol fora da lei trazem no rótulo uma autorização de funcionamento da Anvisa. Como pode isso?

“A lei diz que o estado e o município têm que fiscalizar. Quem está errando é o bandido, que está fazendo um produto em desacordo com a legislação sanitária, utilizando ingrediente proibido. O que eu tenho que fazer? Chamar a polícia para prender esse bandido”, afirma Josineire Sallum, gerente-geral de cosméticos da Anvisa.

A Anvisa também culpa as consumidoras. “Responsáveis por ainda ter o formol no mercado são as mulheres, que se utilizam desse procedimento e não deixam de utilizar”, acrescenta a gerente-geral de cosméticos da Anvisa.

Os resultados assustaram o médico Anthony Wong, especialista da Universidade de São Paulo (USP) em substâncias tóxicas. “É ilegal e extremamente perigoso. A pessoa que utilizá-lo profissionalmente ou está aplicando em uma pessoa que precisa fazer isso está causando sérios danos à saúde”, alerta.

Em concentração tóxica, o formol atinge o organismo de várias maneiras. Em contato com o couro cabeludo, ele provoca uma espécie de queimadura química. A pele fica irritada e, em resposta, o corpo aumenta a circulação de sangue naquela região.

O formol, também conhecido como formaldeído, penetra pela área ferida e cai diretamente na corrente sanguínea, se espalhando pelo corpo. Durante a aplicação nos cabelos, ele evapora e pode ser inalado por todos que estão no ambiente. A substância provoca irritação do nariz e da garganta. Em casos extremos, a pessoa pode ter uma laringite aguda e ficar sufocada.

Ao descer pelo organismo, causa ainda o fechamento da traqueia e dos brônquios, também dificultando a passagem de ar.

Em casos extremos, o formol pode levar ao colapso da circulação. Isso acontece quando há uma dilatação geral do organismo. O coração é afetado e há uma queda de pressão. A pessoa pode entrar em choque e morrer.

Uma cabeleireira trabalha na área há 15 anos. Diz que faz até dez escovas progressivas por dia e sente os efeitos no próprio corpo. “Saí de licença médica por causa do uso do formol umas quatro vezes”, contou.

Segundo ela, muitos produtos são manipulados no próprio salão de beleza. “O formol é colocado junto com outros, com creme, acrescenta mais algumas coisas de queratina, ampolas que não tenha cheiro, essas coisas todas”, diz a cabeleireira.

Isso é considerado crime hediondo, mas a procura pela escova gerou um mercado clandestino de venda de formol. Na internet, várias páginas oferecem a substância pura para ser usada em alisamentos.

“Às vezes alguns profissionais fazem o que a gente chama de batizar o produto. Eles pegam o creme hidratante de uma empresa tida como séria, adicionam o formol e aplicam nos cabelos”, comenta o cabeleireiro Alexandre Xavier.

Com uma troca de emails e um telefonema, o Fantástico negociou a compra de cinco litros. “E eu teria o material pronto para ser retirado quando?”, pergunta a repórter. “Imediatamente. É só estar ligando e confirmando o horário”, diz a negociadora.

Fomos a Belo Horizonte buscar a encomenda. “É proibido vender em farmácia. Antes era encontrado fácil. Aí como as pessoas estavam abusando em cabelo, eles proibiram a venda em farmácia. Eu trabalho com produto químico para limpeza, e o formol é usado para fazer o detergente. Aí é fácil. O pessoal está procurando demais. Tem muito cliente em salão. Vendo formol demais para progressiva”, revela a mulher. Depois da venda, ela ainda dá um aviso: “Só assim: se vocês forem abrir, tem que abrir em local aberto, porque o cheiro é muito forte”.

No Hospital Municipal Salgado Filho, na Zona Norte do Rio, a negociação com um maqueiro acontece do lado de fora. “O cara que está lá disse o seguinte: que ele arruma até um lá, mas depois ele não vai poder arrumar mais para a senhora. Ele vai quebrar seu galho, mas ele falou que vai querer R$ 70. Um litro. A senhora fica ali no poste que eu vou lá buscar. A senhora tem salão mesmo?”, pergunta o maqueiro. Minutos depois, outro maqueiro volta com a garrafa de formol.

Em uma funerária em Nilópolis, Baixada Fluminense, que usa o formol na preparação de cadáveres, o Fantástico comprou dois litros. “Esse daí algum salão já comprou e deu certo?”, pergunta a repórter. “Olha, eu já vendi. Inclusive eu já arrumei um desses para minha vizinha, que é cabeleireira. Ela já usou e ela nunca falou nada. Inclusive usou no cabelo da minha mulher”, diz o funcionário da funerária, que mostra uma foto. “Aqui o cabelo dela como ficou, da minha esposa, lisinho”, destaca.

Já na saída, o funcionário da funerária reconhece a ilegalidade do que acabou de fazer. “Deixa eu falar uma coisa para a senhora: isso aí fecha as nossas portas. Isso fecha as portas”, reconhece.

É o formol puro que vai parar na cabeça de mulheres como a bacharel Vanessa Magalhães da Silva. Ela começou a fazer a escova aos 17 anos e reaplicava o produto a cada três meses. “Sempre tive consciência de que poderia causar algum mal, mas continuei fazendo porque era bom, o cabelo ficava bom. Eu sabia, já sabia de tudo que podia causar, mas naquela altura do campeonato eu queria o cabelo liso. Então, se para ficar liso tinha que por o formol puro, que colocasse o formol puro”, afirma.

Em uma das aplicações, o desconforto foi grande demais. “A última vez, que foi quando eu me assustei de verdade, foi porque eu estava de máscara, com uma toalha, e ainda assim eu tive dificuldade de respirar. Então, eu tive que mandar parar de fazer para que eu pudesse respirar, tomar ar, ir para fora etc. Eu não conseguia respirar mesmo, me trancou inteira. Daí eu me assustei. Foi a última vez que eu fiz, nunca mais fiz”, conta Vanessa.

A bacharel parou com a escova progressiva há cinco anos, mas ainda convive com uma ferida no couro cabeludo. “No começo, ela chegava a sangrar, coçava muito, estava sempre vermelha. Foi melhorando. Eu tenho dificuldade com ela no verão, porque acho que sua mais na região. Como é na nuca, ela abre, coça e às vezes sangra”, revela.

A comerciante Mariluz de Souza, de Cuiabá, não teve sequelas. “Fiquei traumatizada com escova inteligente, progressiva, não sei que nome dar. Mas com formol nunca. Logo em seguida que você passa por uma situação de você quase ter morrido, o primeiro sentimento que vem é que graças a Deus que eu estou viva. Aquele sentimento de ‘Vou processar, vou fazer isso’ não vem na minha cabeça. Na minha cabeça, eu só estava agradecendo a Deus o tempo todo de eu estar viva”, comemora a comerciante.

Banke Meshida

Ilê Aiyê e Criolo - Ilê Aiyê | Que Bloco É Esse?

domingo, 22 de janeiro de 2012

LEI 12.592/2012 REGULAMENTA A PROFISSÃO DE CABELEIREIROS

Governo Federal regulamenta profissões da área de estética

Texto sancionado pela presidente veta artigo que exige diploma de ensino fundamental

http://i2.r7.com/cabelereiro-salao-beleza-hg-20120119.jpgTasso Marcelo/16.01.2007/AE
Lei estabelece a data de 19 de janeiro como o Dia Nacional do Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador
 
O governo federal sancionou a lei que regulamenta as profissões de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador. A lei, de número 12.592, foi publicada nesta quinta-feira (19), no Diário Oficial da União.

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O texto determina que os profissionais da área obedeçam “às normas sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento a seus clientes”. Foram vetados, no entanto, dois artigos.

Um deles exigia a conclusão do ensino fundamental, diploma em curso na área ou comprovação de atuação na área por um ano.

O outro assegurava a possibilidade de revalidação de diploma estrangeiro, fornecido por cursos equivalentes aos exigidos no Brasil.

A lei sancionada pela presidente Dilma Roussef estabelece ainda a data de 19 de janeiro como o Dia Nacional do Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador.

sábado, 21 de janeiro de 2012

A SERVIÇO DA TREVA, POR MINO CARTA


Cotas para negros 

www.geledes.com.br

A serviço da treva, por Mino Carta


mino-cartaPor Mino Carta
Âncora do Jornal Nacional da Globo, William Bonner espera ser assistido por um cidadão o mais possível parecido com Homer Simpson, aquele beócio americano. Arrisco-me a crer que Pedro Bial, âncora do Big Brother, espere a audiência da classe média nativa. Ou por outra, ele apostaria desabridamente no Brasil, ao contrário do colega do JN. Se assim for, receio que não se engane.
É que a Globo procura. Achou Daniel, que tem o mérito de ser contra as cotas. 
Houve nos últimos tempos progressos em termos de inclusão social de sorte a sugerir aos sedentos por frases feitas o surgimento de uma "nova classe média". Não ouso aconselhar-me com meus carentes botões a respeito da validade dos critérios pelos quais alguém saído da pobreza se torna pequeno burguês. Tanto eles quanto eu sabemos que para atingir certos níveis no Brasil de hoje basta alcançar uma renda familiar de cerca de 3 mil reais, ou possuir celular e microcomputador.
Tampouco pergunto aos botões o que há de "médio" neste gênero de situações econômicas entre quem ganha salário mínimo, e até menos, e, digamos, os donos de apartamentos de mil metros quadrados de construção, e mais ainda. Poupo-os e poupo-me. Que venha a inclusão, e que se aprofunde, mas est modus in rebus. Se, de um lado, o desequilíbrio social ainda é espantoso, do outro cabe discutir o que significa exatamente figurar nesta ou naquela classe. Quer dizer, que implicações acarreta, ou deveria acarretar.
Aí está uma das peculiaridades do País, a par do egoísmo feroz da chamada elite, da ausência de um verdadeiro Estado de Bem-Estar Social etc. etc. Insisto em um tema recorrente neste espaço, o fato de que os efeitos da revolução burguesa de 1789 não transpuseram a barreira dos Pireneus e não chegaram até nós. E não chegou à percepção de consequências de outros momentos históricos também importantes. Por exemplo. Alastrou-se a crença no irremediável fracasso do dito socialismo real. Ocorre, porém, que a presença do império soviético condicionou o mundo décadas a fio, fortaleceu a esquerda ocidental e gerou mudanças profundas e benéficas, sublinho benéficas, em matéria de inclusão social. No período, muitos anéis desprenderam-se de inúmeros dedos graúdos.
A ampliação da nossa "classe média", ou seja, a razoável multiplicação dos consumidores, é benfazeja do ponto de vista estritamente econômico, mas cultural não é, pelo menos por enquanto, ao contrário do que se deu nos países europeus e nos Estados Unidos depois da Revolução Francesa. De vários ângulos, ainda estacionamos na Idade Média e não nos faltam os castelões e os servos da gleba, e quem se julga cidadão acredita nos editoriais dos jornalões, nas invenções de Veja, no noticiário do Jornal Nacional. Ah, sim, muitos assistem aoBig Brother.
Estes não sabem da sua própria terra e dos seus patrícios, neste país de uma classe média que não está no meio e passivamente digere versões e encenações midiáticas. Desde as colunas sociais há mais de um século extintas pela imprensa do mundo contemporâneo até programas como Mulheres Ricas, da TV Bandeirantes. Ali as damas protagonistas substituíram a Coca e o Guaraná pelo champanhe Cristal. Quanto ao Big Brother, é de fonte excelente a informação de que a produção queria um "negro bem-sucedido", crítico das cotas previstas pelas políticas de ação afirmativa contra o racismo. Submetido no ar a uma veloz sabatina no dia da estreia, Daniel Echaniz, o negro desejado, declarou-se contrário às cotas e ganhou as palmas febris dos parceiros brancos e do âncora Pedro Bial.
A Globo, em todas as suas manifestações, condena as cotas e não hesita em estender sua oposição às telenovelas e até ao Big Brother. E não é que este Daniel, talvez negro da alma branca, é expulso do programa do nosso inefável Bial? Por não ter cumprido algum procedimento-padrão, como a emissora comunica, de fato acusado de estuprar supostamente uma colega de aventura global, como a concorrência divulga. Há quem se preocupe com a legislação que no Brasil contempla o específico tema do estupro. Convém, contudo, atentar também para outro aspecto.
A questão das cotas é coisa séria, e quem gostaria de saber mais a respeito, inteire-se com proveito dos trabalhos da GEMAA, coordenados pelo professor João Feres Jr., da Universidade do Estado do Rio de Janeiro: o site deste Grupo de Estudos oferece conteúdo sobre políticas de ação afirmativa contra o racismo. Seria lamentável se Daniel tivesse cometido o crime hediondo. Ainda assim, o programa é altamente representativo do nível cultural da velha e da nova classe média, e nem se fale dos nababos. Já a organização do nosso colega Roberto Marinho e seu Grande Irmão não são menos representativos de uma mídia a serviço da treva.

Mais sobre o assunto: 
Fernando Conceição - A grande mídia contra as ações afirmativas
Espelho - Pedro Cardoso e as Cotas para Negros
As cotas para negros: por que mudei de opinião
Comparato: Justiça para os negros - VÌDEO

Fonte: Carta Capital

Confira 8 maneiras "preguiçosas" de perder peso



Confira 8 maneiras "preguiçosas" de perder peso


Até dormir mais pode ajudar a emagrecer. Foto: Getty Images Até dormir mais pode ajudar a emagrecer
Foto: Getty Images

Patricia Zwipp
Dieta, malhação, restrições... Essas não são as únicas maneiras de perder peso. Sabia que apagar as luzes à noite, dormir mais e acalmar-se são algumas formas "preguiçosas" e eficazes? Confira abaixo uma lista com oito dicas que ajudam a fazer as pazes com a balança sem esforço, divulgada pelo site da revista New Scientist:
1 - Vacinação: um vírus do resfriado comum tem sido associado à obesidade. Nikhil Dhurandhar, do Centro de Pesquisa Biomédica de Pennington, nos Estados Unidos, constatou que o adenovírus 36 aumenta tanto o número de células de gordura no corpo quanto a quantidade de gordura no interior delas. Também descobriu que pessoas obesas são quase três vezes mais propensas que as de peso saudável a ter anticorpos da doença, indicando uma infecção atual ou passada. "Se, de fato, algumas infecções contribuem para a obesidade em pessoas, poderíamos ter uma estratégia de prevenção potencialmente muito simples e eficaz: a vacinação", disse Dhurandhar.
2 - Acalme-se: estresse crônico pode causar aumento de peso. Estudos de imagens cerebrais, realizados por Rajita Sinha, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostraram que o estresse aumenta a atividade no estriado ventral, uma região cerebral associada à formação de hábitos e recompensas. "Por isso, aumenta o desejo por alimentos altamente calóricos para aqueles que têm o hábito de consumi-los", afirmou a cientista. Portanto, a profissional recomenda técnicas de redução do estresse, como a meditação.
3 - Fuja do calor: viver em ambientes quentes pode aumentar a chance de engordar, segundo Fiona Johnson, da Universidade College London, na Inglaterra; e Simona Bo, da Universidade de Turim, na Itália. Em um estudo com mais de 1,5 mil pessoas de meia-idade, constatou-se que aqueles que moram em casas com temperaturas mais altas mostraram aproximadamente duas vezes mais chances de se tornarem obesas durante o período de seis anos de acompanhamento. Mas não precisa tremer de frio. Quando a o termômetro marca 18°C, já é suficiente para queimar energia com o intuito de se aquecer.
4 - Coma proteína: uma pesquisa da Universidade de Sydney, na Austrália, relatou que os participantes consumiram 12% mais calorias durante quatro dias em uma dieta com 10% de proteína em comparação com os que receberam uma alimentação com 15%. O cientista Alison Gosby disse acreditar que as pessoas têm um grande apetite por proteína e, por isso, consomem mais calorias quando estão privadas dela. Além disso, um estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostrou que uma dieta rica em proteínas e com baixo índice glicêmico permitiu à maioria comer até que se sentisse satisfeita e sem ganhar peso.
5 - Cuidado com as embalagens: além de prestar atenção nos itens nutricionais das embalagens, fique atento ao material de que são feitas. É que algumas contêm produtos químicos da desregulação endócrina, que levariam ao aumento de peso, segundo algumas pesquisas. O ftalato (componente de praticamente todos os plásticos moldados) parece ativar um receptor envolvido no armazenamento de gordura. Em 2010, uma equipe liderada por Elizabeth Hatch, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, informou que homens com maior índice de massa corporal e circunferência da cintura apresentaram maiores concentrações no sangue de metabólitos de ftalatos. Outros levantamentos ligaram obesidade à exposição ao bisfenol A. O debate sobre os efeitos prejudiciais desses produtos químicos continua e, infelizmente, é complicado evitar as embalagens.
6 - Apague as luzes: esqueça a ideia de sair à noite. Randy Nelson e sua equipe, da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, descobriram que ratos expostos à luz durante a noite pesaram 10% mais no fim de um estudo de oito semanas em relação aos animais que experimentaram um ciclo padrão de claridade e escuridão, mesmo com a ingestão do mesmo total de calorias e quantidade idêntica de exercícios. A explicação é que luz durante a noite pode alterar genes relacionados ao ritmo circadiano (relógio biológico), interferindo no metabolismo.
7 - Mude para cidades menos poluídas: respirar ar poluído pode causar acúmulo de gordura abdominal. Xiaohua Xu, da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, expôs ratos jovens ao ar poluído com partículas finas por seis horas ao dia, cinco dias por semana, e descobriu que, após 10 semanas, tinham cerca de 50% mais gordura abdominal do que os animais que ingeriram a mesma dieta, mas recebiam ar filtrado.
8 - Durma mais: gosta de ficar na cama? Então, aí vai um motivo a mais para isso: poucas horas de sono podem fazer com que engorde. Simona Bo, da Universidade de Turim, na Itália, descobriu que os adultos que se tornaram obesos durante seu estudo de seis anos dormiam uma média de 6,3 horas por noite, em comparação com 7,2 horas dos que mantiveram um peso saudável. A privação de sono reduz a secreção de leptina, hormônio que suprime o apetite e aumenta os níveis de grelina, hormônio que estimula o apetite.
Ponto a Ponto Ideias


Comer peixes e tomar sol diminui em 10% as chances de depressão

http://saude.terra.com.br/noticias/0,,OI5570100-EI16559,00-Comer+peixes+e+tomar+sol+diminui+em+as+chances+de+depressao.html
A quantidade de vitamina D é a responsável pela diminuição dos sintomas. Foto: Getty Images A quantidade de vitamina D é a responsável pela diminuição dos sintomas
Foto: Getty Images
Crianças com níveis baixos de vitamina D são mais propensas a sofrer de depressão, segundo cientistas. Já as que não têm o déficit têm 10% de chances a menos de desenvolver o problema. Os resultados vêm de uma pesquisa dirigida pela Universidade de Bristol. As informações são do Daily Mail.
As crianças podem aumentar os níveis de vitamina D comendo peixes e tomando sol. O estudo analisou os níveis de vitamina D de mais de 2.700 crianças quando elas tinham entre 9 e 13 anos. Aquelas com os níveis mais baixos de vitamina D tiveram mais chances de mostrar sinais de depressão.
Crianças com níveis mais elevados também foram mais propensas a mostrar um declínio nos sintomas depressivos na adolescência. A vitamina D é produzida principalmente pela ação da luz solar sobre a pele, embora também possa ser encontrada em peixes oleosos, como o atum.
Terra

SINAIS DA APARÊNCIA DIZ SOBRE SUA SAÚDE



Veja 13 sinais do que a aparência diz sobre sua saúde

  • http://saude.terra.com.br/noticias/0,,OI5570431-EI16560,00-Veja+sinais+do+que+a+aparencia+diz+sobre+sua+saude.html#tphotos
Rugas  Embora as rugas sejam inevitáveis, elas também podem ser um sinal de osteoporose. Nova pesquisa revela uma associação surpreendente entre rugas e saúde dos ossos no início da menopausa. Rugas são o resultado do envelhecimento, mas a exposição excessiva à fumaça de cigarro ou sol pode acelerar o processo  Foto: Getty Images
Rugas

Embora as rugas sejam inevitáveis, elas também podem ser um sinal de osteoporose. Nova pesquisa revela uma associação surpreendente entre rugas e saúde dos ossos no início da menopausa. Rugas são o resultado do envelhecimento, mas a exposição excessiva à fumaça de cigarro ou sol pode acelerar o processo
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