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Publicado há 12 meses - em 2 de agosto de 2014 » Atualizado às 10:38
Categoria » Esquecer? Jamais · Mulher Negra
CRUZ, Tereza Almeida. Um estudo comparado das relações ambientais de mulheres da floresta do Vale do Guaporé (Brasil) e do Mayombe (Angola) – 1980 – 2010. 2012. 367 f. Tese (Doutorado em História) – Curso de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
FARIAS JÚNIOR, Emmanuel de Almeida. Negros do Guaporé: o sistema escravista e as territorialidades específicas. Revista do Centro de Estudos Rurais – UNICAMP, v.5, nº2, setembro de 2011. Disponível em . Acesso em 25 de julho de 2014.
Tereza de Benguela, uma heroína negra
Publicado há 12 meses - em 2 de agosto de 2014 » Atualizado às 10:38
Categoria » Esquecer? Jamais · Mulher Negra
(Gravura de Jean-Baptiste Debret, “Escravas negras de diferentes nações”, em tradução livre)
Dia
25 de julho é data para celebrar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e
da Mulher Negra. O nome é, segundo a ex-senadora e autora do texto
Serys Slhessarenko, uma forma de criar um ícone para as mulheres negras
do país. “É preciso criar um símbolo para a mulher negra, tal como
existe o mito Zumbi dos Palmares. As mulheres carecem de heroínas negras
que reforcem o orgulho de sua raça e de sua história”, afirmou Serys ao
site da Câmara dos Deputados.
“Rainha
Tereza”, como ficou conhecida em seu tempo, viveu na década de XVIII no
Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê
após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados.
Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com
aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de
1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por
soldados em 1770 – alguns dizem que a causa foi suicídio; outros,
execução ou doença.
Sua liderança se
destacou com a criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de
defesa. Ali, era cultivado o algodão, que servia posteriormente para a
produção de tecidos. Havia também plantações de milho, feijão, mandioca,
banana, entre outros.
“Governava esse quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entravam os deputados, sendo o de maior autoridade, tido por conselheiro, José Piolho, escravo da herança do defunto Antônio Pacheco de Morais. Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executavam à risca, sem apelação nem agravo” (Anal de Vila Bela do ano de 1770)
Após
ser capturada em 1770, o documento afirma: “em poucos dias expirou de
pasmo. Morta ela, se lhe cortou a cabeça e se pôs no meio da praça
daquele quilombo, em um alto poste, onde ficou para memória e exemplo
dos que a vissem”. Alguns quilombolas conseguiram fugir ao ataque e o
reconstruíram – mesmo assim, em 1777 foi novamente atacado pelo
exército, sendo finalmente extinto em 1795.
Injustiças centenárias
Números
do IBGE apontam que ser mulher negra no Brasil significa sofrer com uma
intensa desigualdade, como no campo profissional por exemplo. 71% das
mulheres negras estão em ocupações precárias e informais, contra 54% das
mulheres brancas e 48% dos homens brancos. O salário médio da
trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora
branca. Mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade de uma
mulher branca, a diferença salarial gira em trono de 40% a mais para
esta.
A história da “Rainha” foi
relembrada em 1994 pela escola de samba Unidos da Viradouro no
samba-enredo “Tereza de Benguela, uma rainha negra no Pantanal”.
Fontes da pesquisaCRUZ, Tereza Almeida. Um estudo comparado das relações ambientais de mulheres da floresta do Vale do Guaporé (Brasil) e do Mayombe (Angola) – 1980 – 2010. 2012. 367 f. Tese (Doutorado em História) – Curso de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
FARIAS JÚNIOR, Emmanuel de Almeida. Negros do Guaporé: o sistema escravista e as territorialidades específicas. Revista do Centro de Estudos Rurais – UNICAMP, v.5, nº2, setembro de 2011. Disponível em . Acesso em 25 de julho de 2014.
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