De
tempos em tempos, a indústria da moda se vê às voltas com alguma
polêmica: além das problemáticas que envolvem a magreza excessiva das
modelos, recentemente uma questão racial chamou a atenção. Isso porque a
modelo sudanesa Nykhor Paul desabafou em seu Instagram questionando a
falta de habilidade dos maquiadores para lidar com a pele negra. Leia também: Cuidados com a pele negra: como evitar manchas, acne, foliculite, entre outros Dicas de make para pele negra: olho e boca com cores fortes Manual do cabelo crespo e cacheado: dicas valiosas para cuidar dos fios
“Queridas
pessoas brancas do mundo da moda, por favor, não entendam mal, mas está
na horas de vocês aprenderem de uma vez por todas a lidar com a nossa
pele. Por que eu preciso trazer minha própria maquiagem para um
profissional se uma garota branca não precisa fazer nada disso?”,
questionou a modelo, que tem em seu currículo desfiles campanhas para
grandes marcas como Balenciaga, Tom Taylor e Vivienne Westwood, além de
já ter estampado a capa da revista Elle.
Dicas de maquiagem para negras
A
modelo ressaltou o despreparo e a falta de preocupação dos
profissionais da área para preparar mulheres negras para os desfiles,
apesar de o mercado oferecer uma variedade de produtos. “’É 2015, não
tentem me fazer sentir mal por ter a pele azulada de tão negra (...)
Existem diversas opções de maquiagem para pele negra hoje em dia”,
desabafou.
Apesar da dificuldade de encontrar profissionais que saibam realçar a beleza da pele negra,
Nykhor mostrou que são infinitas as variedades de make – e esbanja
estilo em sua rede social. Inspire-se nas produções da modelo e confira
as dicas.
Reprodução/Instagram Nykhor Paul
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Para
fazer maquiagens coloridas, vale dar mais destaque às cores quentes,
que deixam o rosto mais aceso. Já os tons mais fechados ajudam a
finalizar a produção e dar um toque mais sóbrio.
RIO - Brilhante estrategista militar, inimiga dos governantes
portugueses, idolatrada pelo povo, temida por maridos e cristã por
conveniência. Entre uma batalha e outra no século XVII, no território da
atual Angola, a rainha Ginga se tornou o pesadelo dos lusitanos. Mesmo
usando o comércio de escravos para viabilizar suas manobras políticas,
ela é considerada uma heroína ancestral e inspiradora do Dia da Mulher
Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado hoje, por sua feroz
resistência ao poder europeu em terras africanas. Em Angola, o governo
vem trabalhando para torná-la Patrimônio da Unesco.
Antes
de se consolidar como uma dura opositora do domínio lusitano no
território, Ginga Mbandi cresceu no reino de Ndongo, onde os portugueses
tentavam cooptar os chefes locais seduzindo-os com presentes e ajuda
militar. Logo, porém, a convivência deixou de ser harmoniosa. Os
colonizadores avançaram pelo interior construindo fortes, e os líderes
africanos foram obrigados a pagar tributos com escravos, que, por sua
vez, podiam ser treinados como soldados ou comercializados no exterior.
A guerra, que já parecia inevitável, estourou quando um presídio foi
construído próximo à Cabaça, a moradia do Ngola — o título dado ao
soberano de Ngondo. Centenas de súditos foram presos, inclusive membros
da família real. Derrotado, o Ngola Mbandi deixou a cidade.
—
Quando o novo governador português, João Correia de Souza, assumiu o
poder, encontrou Ndongo destruído, com as feiras de escravos paralisadas
e as autoridades regionais insubmissas — conta Mariana Bracks,
doutoranda em História Social pela USP e autora do livro “Nzinga Mbandi e
as guerras de resistência em Angola” (ed. Mazza). — Os portugueses
precisavam restabelecer o comércio e solicitaram uma embaixadora para
negociar a paz. O Ngola nomeou sua irmã mais velha, Ginga, para este
papel, porque desde pequena ela foi educada por seu pai para assuntos
políticos e militares.
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Ao
receber Ginga, Correia de Souza quis colocá-la em seu devido lugar.
Sentou-se em uma cadeira alta e pôs uma esteira no chão para a
embaixadora. Autor de “O trono da rainha Jinga” (outra grafia para o
nome da africana), da editora Record, Alberto Mussa revela que a
tentativa do português de marcar posição foi malsucedida.
— Ginga pôs uma escrava de quatro e sentou-se sobre ela — conta. —
Desde o início, quando houve uma tentativa dos colonialistas de submeter
o povo à vassalagem, o que transpareceu foi sua postura de negociar de
igual para igual.
Segundo o acordo de paz, Ndongo não pagaria tributos para Portugal.
Ambos os reinos poderiam comercializar, mas como nações soberanas e
independentes. Impressionado com a oratória da embaixadora, Correia de
Souza ofereceu a ela um batizado cristão. Ginga aceitou e ganhou o nome
Ana de Souza — o próprio governador foi seu padrinho. A partir daí, ela
usaria a religião sempre que lhe proporcionasse algum benefício. Nunca
abandonou as crenças de sua etnia, os mbundos.
Professor
do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco e
autor do livro “Palmares: os escravos contra o poder colonial” (ed.
Terceiro Nome), Rômulo Xavier ressalta que a adoção da nova fé foi
apenas um expediente político usado por Ginga e pela classe alta de
Ndongo. A tática da união entre espada e cruz já havia sido adotada pelo
rei do Congo no fim do século XV, o que resultou no aumento do seu
poderio naquela região.
— A conversão ao cristianismo era apenas superficial e restrita à
elite política da população, que provavelmente adaptou elementos da nova
religião às crenças antigas — explica o historiador. — Ginga pode ter
usado diplomaticamente o cristianismo para fortalecer o tratado de
Correia de Souza. IRMÃO ENVENENADO
Os portugueses, no entanto,
logo ignoraram os termos do acordo. A maior vítima dos ataques a Ndongo
foi Ngola Mbandi, ainda no exílio. Em 1624, o então soberano morreu por
causas misteriosas. Uma das teorias mais aceitas é que ele teria sido
envenenado pela irmã, que também mandou afogar o sobrinho, herdeiro
natural do trono, e se apossou das insígnias reais.
— Não se sabe ao certo quem deu o veneno ao Ngola Mbandi, mas era
comum nos reinos africanos o suicídio ritual de um chefe malsucedido —
avalia Mariana. — Quando Ginga assumiu o poder, o novo governador
português, Fernão de Sousa, achou que ela seria muito útil para retomar o
comércio e expandir o cristianismo na região. Mas, devido à
instabilidade gerada pelas sucessivas guerras, muitas pessoas fugiam de
suas terras e buscavam asilo junto à rainha.
Boa parte da multidão que corria até a soberana era formada por
escravos que haviam recebido treinamento militar e armas de fogo para
atuar na defesa dos presídios portugueses. Dessa forma, Ginga se
fortalecia e os portugueses ficavam desguarnecidos. O exército da nova
Ngola abrangia guerreiros de diversas etnias.
— A rainha se uniu aos grupos nômades jagas, casando-se com o seu
chefe. Em seguida, conquistou o reino de Matamba e, depois, formou uma
coligação com os reinos de Congo, Dembos e Cassanje — enumera Xavier. —
Ginga liderava pessoalmente as suas tropas. Para impor a sua política
aos reinos vizinhos, podia apelar para o seu exército, que contava com
quase 80 mil arqueiros. Com ela, expandiu territorialmente o reino e
aumentou seu fluxo econômico.
Todos os soberanos da África Central respeitavam e temiam a Ngola.
Mesmo com as ordens portuguesas para que outros chefes de Estado lhe
negassem a passagem e a capturassem, ninguém ousou contestar o poderio
de Ginga.
No início da década de 1640, a soberana angariou um aliado europeu.
Sediado em Recife, o holandês Maurício de Nassau precisava de mão de
obra para o cultivo da cana de açúcar. Tropas nacionais, então,
conquistaram o porto negreiro de Luanda, um dos maiores da África.
Ginga viu ali a oportunidade de livrar-se de inimigos históricos.
Criou uma rota comercial entre seu reino e a região invadida pelos
holandeses, trocando escravos resistentes ao seu comando por mercadorias
europeias, principalmente armas de fogo, usadas nas batalhas contra os
portugueses. 50 ‘CONCUBINOS’ NO HARÉM
Especialista em
História da África, Alberto da Costa e Silva destaca como o então
recém-firmado comércio transatlântico com a Holanda expunha a habilidade
política de Ginga.
— Ela se recusava a devolver os escravos que fugiam dos governadores
portugueses, mas capturava escravos para os holandeses — assinala Costa e
Silva, autor de obras como “A manilha e o libambo: a África e a
escravidão, de 1500 a 1700” (ed. Nova Fronteira). — Sabia manipular os
grupos com que lidava. Foi uma craque na arte de conservação do poder.
O angolano José Eduardo Agualusa, colunista do GLOBO e autor do
romance “A rainha Ginga — E de como os africanos inventaram o mundo”
(Foz Editora), lançado em março, pondera que a postura da Ngola combateu
os portugueses, mas nunca o tráfico negreiro:
— O tempo todo ela estabeleceu alianças para defender seus
interesses, e um deles era o tráfico negreiro — ressalta. — Os escravos
eram o produto mais valioso da época. Ninguém defendia o fim da
escravidão. Seria como advogar hoje por um mundo sem exércitos.
Em seu auge, Ginga tinha mais maridos do que alguém poderia contar.
Alguns pesquisadores dizem que havia mais de 50 “concubinos” em seu
harém. Costa e Silva destaca que um rei africano podia ter até mil
mulheres — não se sabe se a mesma regra valeria para uma soberana. Fato é
que a Ngola mandava que eles se vestissem de mulher, enquanto ela
muitas vezes usava roupas masculinas, o que pode ser interpretado como
uma tentativa de demonstrar a sua força.
Já no fim da vida, cansada da luta com os portugueses, apelou para os
capuchinhos italianos instalados em Matamba e reafirmou sua fé cristã.
Aos 74 anos, queria a paz e, com o gesto, garantiu a libertação de sua
irmã, sequestrada pelos inimigos. Morreu em 1663, com mais de 80 anos, e
foi sepultada seguindo os rituais cristãos.
O povo de sua etnia consagrou Ginga como a “rainha imortal”. Mais de
quatro décadas depois de sentar-se sobre uma escrava, conquistando a
mesma altura de um governante português durante uma série de
negociações, ela morreu sem se curvar às exigências do colonizador ou
conhecer o interior de um navio negreiro. A trajetória de Ginga foi
relembrada durante os movimentos de libertação de Angola, que deixou de
ser colônia portuguesa em 1975.
— Ela é um símbolo da resistência angolana, porque conseguiu reunir
vários povos na luta contra o invasor europeu, organizando os
governantes locais e mobilizando soldados entre a população — diz
Mariana Bracks, da USP. — Jamais se entregou e conseguiu garantir pela
guerra e pela diplomacia a sua liberdade. Foi consagrada como heroína
nacional, que reuniu os povos angolanos na resistência frente a
Portugal, e hoje é a principal personalidade do país.
Para Mariana, nem a prática do comércio de escravos obscurece a reputação de Ginga.
— Sua atuação política e militar, se pensada ao longo dos anos,
representou um decréscimo no tráfico na região. Durante muito tempo
Ginga coibiu o pagamento de tributos pelos chefes locais, assaltou as
feiras e as caravanas de escravos, libertando os prisioneiros e tornando
o comércio inseguro.
Xavier, por sua vez, avalia que ainda é difícil compreender o legado da Ngola:
— É um julgamento moral difícil. Ginga, ao mesmo tempo em que lutava
contra os portugueses, era sua concorrente em atividades econômicas na
região. Como líder militar, deveria manter a disciplina de seus
comandados. Como diplomata, ao realizar acordos, precisava ser
dissimulada e desconfiar dos seus permanentes adversários. Eram
estratégias de sobrevivência.
(Gravura de Jean-Baptiste Debret, “Escravas negras de diferentes nações”, em tradução livre)
Dia
25 de julho é data para celebrar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e
da Mulher Negra. O nome é, segundo a ex-senadora e autora do texto
Serys Slhessarenko, uma forma de criar um ícone para as mulheres negras
do país. “É preciso criar um símbolo para a mulher negra, tal como
existe o mito Zumbi dos Palmares. As mulheres carecem de heroínas negras
que reforcem o orgulho de sua raça e de sua história”, afirmou Serys ao
site da Câmara dos Deputados.
“Rainha
Tereza”, como ficou conhecida em seu tempo, viveu na década de XVIII no
Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê
após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados.
Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com
aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de
1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por
soldados em 1770 – alguns dizem que a causa foi suicídio; outros,
execução ou doença.
Sua liderança se
destacou com a criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de
defesa. Ali, era cultivado o algodão, que servia posteriormente para a
produção de tecidos. Havia também plantações de milho, feijão, mandioca,
banana, entre outros.
“Governava
esse quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa
destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas,
entravam os deputados, sendo o de maior autoridade, tido por
conselheiro, José Piolho, escravo da herança do defunto Antônio Pacheco
de Morais. Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a
que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executavam à
risca, sem apelação nem agravo” (Anal de Vila Bela do ano de 1770)
Após
ser capturada em 1770, o documento afirma: “em poucos dias expirou de
pasmo. Morta ela, se lhe cortou a cabeça e se pôs no meio da praça
daquele quilombo, em um alto poste, onde ficou para memória e exemplo
dos que a vissem”. Alguns quilombolas conseguiram fugir ao ataque e o
reconstruíram – mesmo assim, em 1777 foi novamente atacado pelo
exército, sendo finalmente extinto em 1795.
Injustiças centenárias
Números
do IBGE apontam que ser mulher negra no Brasil significa sofrer com uma
intensa desigualdade, como no campo profissional por exemplo. 71% das
mulheres negras estão em ocupações precárias e informais, contra 54% das
mulheres brancas e 48% dos homens brancos. O salário médio da
trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora
branca. Mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade de uma
mulher branca, a diferença salarial gira em trono de 40% a mais para
esta.
A história da “Rainha” foi
relembrada em 1994 pela escola de samba Unidos da Viradouro no
samba-enredo “Tereza de Benguela, uma rainha negra no Pantanal”.
Fontes da pesquisa
CRUZ, Tereza Almeida. Um
estudo comparado das relações ambientais de mulheres da floresta do
Vale do Guaporé (Brasil) e do Mayombe (Angola) – 1980 – 2010.
2012. 367 f. Tese (Doutorado em História) – Curso de Pós-Graduação em
História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
FARIAS JÚNIOR, Emmanuel de Almeida. Negros do Guaporé: o sistema escravista e as territorialidades específicas. Revista do Centro de Estudos Rurais – UNICAMP, v.5, nº2, setembro de 2011. Disponível em . Acesso em 25 de julho de 2014.
Adoro
observar as Meninas e suas texturas crespas por aí. Todas são tão
particulares, imprimem uma identidade tão profunda que se mistura com
nossa histórias… Mas desconsiderando a infinidade de texturas
(maravilhosas!) que existem, cabelos crespos naturais ainda são simplesmente um monte de fios emaranhados e difíceis de “controlar” na opinião de muita gente.
Pessoas com cabelos crespos, que convivem com outras pessoas de cabelos
crespos, ou até as que desconhecem o que é ter cabelo crespo, estão
acostumadas com a visão de que crespo é sinônimo de “ruim”,
difícil de lidar. Não é incomum encontrar quem diga que não devemos
optar por usar o cabelo naturalmente crespo, seja lá a textura que
tiver, já que “cabelo ruim não tem jeito”. Chegam até a cogitar que
ficamos loucas ao saberem que estamos em transição ou que cortamos toda a
química. por Élida Aquino no Meninas Black Power
Felizmente
estamos vivendo um movimento forte que apresenta as possibilidades do
natural como forma de posicionamento político e, principalmente, de
conhecimento da beleza que nunca foi vista como aceitável, mas que pode e
deve aflorar em cada uma. Por isso é cada vez mais importante quebrar
os estigmais sociais sobre o que o cabelo crespo realmente é. Este post está aqui pra ajudar a pensar sobre alguns mitos frequentes. Ele foi originalmente publicado pelo Refinery29e
reúne opiniões de especialistas em cabelos crespos que explicaram
tudinho. Vocês devem conhecer outros mitos e podem contar aqui nos
comentários ou na página Meninas Black Power. Vamos lá reposicionar os conceitos! MITO 1: “CABELO CRESPO NÃO CRESCE!”
Temos
visto várias Meninas naturais, principalmente as com texturas do tipo
4, obcecadas com o crescimento de seus cabelos e desapontadas quando não
notam visivelmente que seus fios estão crescendo como planejaram ao
iniciar aquele “tratamento mágico” com alho, café ou pó de guaraná.
Calma, gente! Anthony Dickey, cabeleireiro e co-fundador do salão Hair Rules, diz que “independentemente da textura, todos os cabelos crescem cerca de um quarto e meio de polegada por mês. O
desafio para naturais é começarem a cuidar de seus cabelos fora do
ponto de vista de outras pessoas, como se seus cabelos precisassem se
comportar como cabelos de outras texturas. Isso ajudaria a
entender o comprimento real, como o cabelo se comporta e o ritmo
particular de crescimento.” Sabendo que cabelo crespos e naturais podem
ser bem mais enrolados, o crescimento nem sempre fica tão evidente
quanto em cabelos lisos, alisados ou até mesmo relaxados. Além disso, é
preciso lembrar: o fator encolhimento está aí. Extrapolar no uso de
métodos que aumentam o comprimento, abusar da aplicação de calor no
secador, não desembaraçar ou hidratar adequadamente, por exemplo, são
hábitos que podem conter o crescimento.
MITO 2: “VOCÊ DEVE LAVAR SEU CABELO DE VEZ EM NUNCA.”
É
verdade que os cabelos crespos não devem ser lavados tão frequentemente
– a gente sabe que nosso cabelo não retém a hidratação naturalmente com
tanta eficácia e etc. Mesmo assim a água pode realmente ser seu nossa
aliada. A fundadora da Curls, Mahisha Dellinger,
lembra que os produtos tendem a ficar acumulados sobre nossos fios e
acabam bloqueando a capacidade de “respiração” do couro cabeludo e
dificultando a entrada da umidade. É importante não prolongar o tempo
entre uma lavagem e outra. “Você definitivamente não deve lavar o cabelo
todos os dias, mas faça ao menos uma vez por semana e coloque um co-wash¹
no meio da semana. A finalidade é limpar o cabelo. Não considere que
está apenas retirando o acúmulo dos produtos. Lembre-se que existem
muitos resíduos trazidos pelo ambiente que ficam sobre os fios”, ela
recomenda.
MITO 3: A APLICAÇÃO DE ALGUNS ÓLEOS NO COURO CABELUDO FAZ O CABELO CRESCER MAIS RÁPIDO
Muitas
devem usar estas aplicações com o intuito de hidratar o couro cabeludo,
mas podem provocar o efeito oposto. Mahisha lembra que “alguns
óleos podem conter petrolatos ou óleo mineral na composição e esses
componentes entopem os poros, bloqueiam o couro cabeludo”.
Várias mulheres de cabelos naturais pensam em alguns óleos como
hidratantes, mas na verdade não são. Eles estão na verdade funcionando
como selantes. “Se você aplica óleo sobre o cabelo seco, a chance de
aumentar o ressecamento aumenta. O ideal é usar óleos vegetais, livres
de componentes prejudiciais, após condicionar e finalizar. Assim você
estará selando a hidratação com óleo”.
MITO 4: “CABELOS CRESPOS NATURAIS SÃO MAIS FORTES QUE OUTROS TIPOS DE CABELO.”
Mesmo que algumas texturas de crespos naturais pareçam mais rígidas, a realidade é que os fios são muito delicados. “As pessoas pensam que porque são crespos, cheios de texturas e possibilidades, eles podem resistir a qualquer coisa”,
diz Mahisha. “Crespos são tipicamente frágeis, propensos a quebra e
ressecamento. Precisam ser tratados delicadamente, com cuidado extra”.
MITO 5: “APARAR SEMPRE AS PONTAS VAI FAZER SEU CABELO CRESCER.”
Há
uma verdade parcial aí, já que aparar as pontas impede que pontas
duplas rompam a extensão do fio, danificando o cabelo em longo prazo.
Mas o caminho para um cabelo mais longo não é cortar sempre que puder, mas cuidar do cabelo que vem do couro cabeludo.
“Prestamos muita atenção para as extremidades, porque esta é a parte
mais antiga do cabelo, mas esse cuidado promove grande impacto no
crescimento? Não. Crescimento começa no couro cabeludo. É importante
manter o couro cabeludo saudável”, ressalta Mahisha. Óbvio que todo o
cabelo merece atenção – da raiz ás pontas – mas pense que aparar de leve
a cada seis ou oito semanas é o suficiente.
MITO 6: “VOCÊ NUNCA, NUNCA, DEVE USÁ-LO ALISADO!”
Sim, se não for feito com segurança, escovas e chapinhas vão acabar alterando o padrão dos fios, diz Derick Monroe, especialista da SoftSheen-Carson.
Mas, quando executado da maneira adequada e usado ocasionalmente, os
fios ficam intactos. A conversa é sobre a quantidade de calor a que você
expõe seu cabelo. “Se ele sobreaquecer, partes da extensão começarão a
quebrar. Quando você voltar para o formato natural dos fios eles não vão
enrolar da mesma forma. Nós chamamos isso de relaxamento térmico, porque uma vez que você altera esses seguimentos do cabelo, está feito.
É como um relaxamento químico.” Certifique-se de que você está tomando
as devidas precauções: usar um o secador com um pente, para não aplicar
calor diretamente sobre os fios; sempre, sempre, sempre hidratar;
condicionar; aplicar protetores térmicos antes; não abusar da chapinha.
Se você vai a um salão para fazer uma escova em seu cabelo natural,
certifique-se que você está em mãos cuidados, que vão cuidar
adequadamente dos seus cachinhos – preferencialmente alguém que
especialista nos cuidados do cabelo natural.
MITO 7: “É DIFÍCIL LIDAR COM UM CABELO CRESPO NATURAL!”
Cabelo
natural exige tempo e paciência, mas “difícil” não é uma palavraque se
encaixa nele. Não há dúvida de que é preciso dedicação, especialmente
para as que já usaram relaxantes ou alisantes a maior parte de suas
vidas. A ideia de cuidar desta “nova” textura, ainda desconhecida, e
sabendo que aprendemos que esse cabelo natural não é bom, pode assustar
no início. Como optar por algo ruim, feio, indesejado, não é? Mas é
preciso avaliar o que quer, como pode funcionar sua rotina de cuidados
com base em seu estilo de vida. “A única mudança é a textura. Quando
você assume sua textura naturalmente crespa, desembaraçar corretamente,
condicionar e finalizar acabam sendo etapas executadas de forma
diferente. Mas, ao mesmo tempo, seu crespo pode se apresentar bem mais
versátil se você se permitir descobrir o que ele pode oferecer. Você
pode sair com ele molhado, tipo wash and go², e num outro dia mudar a textura com twits ou coques bantu. É incrível!”, avisa Mahisha.
Aprendam com seus cabelos, Meninas! Eles são sensacionais!
O
episódio lamentável do esdrúxulo caso de racismo cometido contra Maria
Julia Coutinho – a Maju – deve ser visto em sua exata dimensão. O
destaque de negras e negros incomodam. A comunicadora Maria Julia
tornou-se uma febre televisiva. Conquistou um estupendo sucesso numa
área cinzenta dos noticiários – com o perdão do sentido duplo da palavra
– em que a mesmice é a marca, que é a da informação do tempo. A
criatividade, carisma e beleza de Maju fizeram com que O Jornal Nacional
– principal programa da Rede Globo – passasse a ter como atração a
comunicadora que fala da previsão do tempo! Por Helio Santos do Brasil de Carne e Osso
Foto divulgação/ TV Globo: Maju Coutinho
Para
quem conhece Maria Júlia desde a adolescência como eu o seu sucesso
seria questão de tempo. Este ataque poderia ser letal caso ela não fosse
filha de quem é. Seus pais, amigos meus de longa data, são educadores e
ativistas. São daqueles ativistas sóbrios e firmes em suas posições,
mas proativos e muito focados na educação, como professores que são.
Portanto, ela soube desde sempre, com os pais que tem, dos meandros do
racismo brasileiro. Vai tirar de letra essa estupidez, pois tem
autoestima positiva e pleno conhecimento da causa dos ataques sofridos:
seu sucesso espetacular! Menos mal. Sua carreira que é sucesso desde a
TV Cultura vai continuar em ascensão.
Comentaram comigo a respeito
dos ataques e, confesso a vocês, não me dei ao trabalho de lê-los. Me
horrorizam as frustrações de pessoas adoecidas. Não se trata de fuga,
mas sim de um tipo de compreensão que há muito tempo tenho sobre o
funcionamento da discriminação racial aqui em nosso injusto país.
Portanto,
estou tranquilo quanto à Maria Julia – filha de um casal de amigos
queridos. Entretanto, vou aproveitar para analisar este episódio – que
não é um fato isolado – em “sua exata dimensão”.
De início,
gostaria de fazer uma advertência aos meus leitores: esse tipo de
agressão contra negros de sucesso deverá aumentar. Em meados dos anos
1990, quando coordenava um Grupo de Trabalho encarregado de colocar na
agenda pública as políticas afirmativas para negros, dentre os diversos
debates sobre os impactos estratégicos positivos que o Brasil teria com
aquelas políticas – fato hoje comprovado por diversos estudos –,
especulávamos sobre o fato de que ainda teríamos no futuro uma onda de
racismo explícito. Sim; porque racismo à brasileira sempre se teve:
todos negam serem racistas e todos conhecem diversas pessoas racistas!
Uma verdadeira “obra prima” da hipocrisia nacional. Aquela especulação
se convalida a cada vez mais.
Todavia, o que especulamos há cerca
de 18 anos atrás naquele Grupo de Trabalho precursor foi sobre os
efeitos das políticas afirmativas num país racista, em virtude da
emergência de negros em destaque: diretores de grandes corporações,
juízes, políticos, profissionais liberais, reitores, cientistas e
profissionais do mundo da comunicação, dentre outros.
Vivemos num
país em que a filha de um governador negro foi agredida e empurrada por
um casal para fora do elevador social de um prédio de luxo. O fato se
deu em Vitória, capital do Espírito Santo, em 1993. Para os agressores
“uma empregadinha” não podia estar ali. Aliás, a ideia de elevador
social e de serviço é um escândalo “apartheista” que resiste bravamente
aqui em pleno século 21.
Foto divulgação: Benedita da Silva
A
ex-governadora e ex-favelada, hoje deputada federal, Benedita da Silva,
pagou o seu preço (muito caro) quando governou o Rio de Janeiro. Celso
Pitta, quando prefeito da maior cidade da América do Sul, foi tratado
por entrevistadores de TV como marginal fosse. Joaquim Barbosa, que
nunca foi conservador, pelo contrário, ao ser considerado como o
brasileiro mais influente, apontado como provável presidente da
república, pediu aposentadoria, quando dispunha de um bom tempo para se
manter no STF – local onde todo jurista sonha estar e permanecer… Quando
presidente da Suprema Corte sofreu agressões explícitas; inclusive em
solenidades públicas, como na Câmara dos Deputados.
Foto divulgação: Joaquim Barbosa
Negros
e negras que se destacam, em qualquer contexto, correm riscos no
Brasil. Nossos erros e eventuais falhas contam contra nós negros – sim.
Mas contam menos do que o nosso sucesso. Este último costuma ocasionar
mais danos para nós do que os primeiros. Por isso, os ataques à nossa
Maju não representaram para mim algo inusitado. Lamentável – sempre –;
mas previsível para quem se dedica a decifrar o “brasil de carne e
osso”.
Não sou uma Cassandra que crê que tudo vai piorar sempre.
Acredito num futuro em que medidas como as previstas pela Lei 10639/2003
possam fazer com que a diversidade étnico-racial brasileira seja
utilizada como um trunfo; um valor estratégico invejado por outras
nações.
As madeixas volumosas são sinônimo de exuberância. Por isso, investir em penteados para cabelos ondulados representa
uma boa alternativa para as mulheres que buscam um look poderoso, que
jamais passa despercebido. Mas, para garantir a produção perfeita, é
preciso tomar alguns cuidados.
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Inicialmente, é necessário hidratar bem os fios
e prepará-los para montar o visual. Nos penteados para cabelos
ondulados é importante domar as madeixas e controlar o frizz para
garantir um bom resultado final. A finalização do look é igualmente
necessária para assegurar a duração do visual.
Cabelos ondulados necessitam de preparação especial dos fios para penteados. Foto: iStock, Getty Images
Cuidados nos penteados para cabelos ondulados
Se
o seu objetivo é garantir lindos penteados para cabelos ondulados, é
importante lembrar que a estrutura desses fios necessita de cuidados
aprimorados. Tomar certas precauções no processo de lavagem e secagem dos fios ajuda a garantir um bom penteado.
A
cabeleireira Daniela Lisboa, especialista em corte e tratamento de
cabelos ondulados do salão Floreal Clínica dos Cachos (SP), explica que
as madeixas enroladas possuem uma estrutura de fio mais frágil.
“O ideal é apostar em xampus e condicionadores específicos para cabelos
ondulados, pois eles são formulados pensando na delicadeza do fio”,
ressalta.
Hidratar também é parte fundamental do processo. “A hidratação é uma prioridade. Se possível, use máscara de hidratação
em todas as lavagens”, recomenda Daniela. Isso porque hidratar o cabelo
significa repor a água perdida, garantindo maciez e flexibilidade aos
fios.
Na hora de secar as madeixas, a recomendação é não utilizar diretamente o secador de cabelo. O difusor é o melhor aliado para definir os cachos. Esse acessório é encaixado na saída de ar do aparelho, ajudando a modelar os fios ondulados, sem deixá-los rebeldes.
Por fim, a dica é investir no leave-in
para assegurar que o frizz não vai atrapalhar na montagem do penteado.
“Ele é um produto sem enxágue, cuja finalidade é prolongar a beleza dos
fios, protegendo-os do calor, da sujeira e demais fatores externos. Pode
ser aplicado em todo o comprimento do cabelo, menos na raiz”, orienta
Daniela.
A atriz Vanessa Hudgens investe no coque despojado. Foto: Shutterstock
Opções de penteados para cabelos ondulados
Depois
de preparar bem o cabelo, é hora de se jogar nos penteados para cabelos
ondulados. Há várias opções para garantir um look moderno e estiloso. Para isso, vale se inspirar na escolha das celebridades.
Confira algumas alternativas de penteados para cabelos ondulados: 1. Coque alto e bagunçadinho
O
look, que dá a impressão de ter feito em 5 minutos, é adorado pelas
celebridades e sempre aparece no tapete vermelho. A ideia é prender os
fios em um coque alto, mas deixando alguns fios da franja,
ou do próprio coque, meio soltinhos. O objetivo é criar um penteado
despretensioso. A atriz e cantora Vanessa Hudgens é fã do look. 2. Tiara
A tiara é um excelente acessório para incrementar qualquer penteado. Seja com os fios ondulados soltos ou presos,
uma alternativa bacana é investir na tiara brilhosa, com spikes ou
strass, para garantir uma pegada moderna ao visual. Sharon Menezes é uma
das adeptas desse complemento. 3. Coque baixo
O coque baixinho, na altura da nuca, também é uma alternativa. Fica lindo com cachos bem definidos e comportados, garantindo volume e sofisticação à produção. Quem já optou por esse look foi a cantora Taylor Swift. 4. Topete
O topete representa uma forma de garantir elegância ao visual.
Isso não significa que o topete deve ficar gigante, você pode montá-lo
de acordo com o seu gosto. O spray ajuda a segurar o visual. Se
necessitar de inspiração, vale a pena conferir os penteados da cantora
Rita Ora.