O Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, foi oficializado pela Lei nº 11.635, em 2007. A data homeageia a sacerdodisa Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda. Ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, Mãe Gilda morreu de enfarte, após ver sua foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de texto depreciativo. Semanas antes, o terreiro de Mãe Gilda fora invadido por evangélicos. A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pela publicação da Folha Universal, foi condenada a indenizar a família da ialorixá.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
SONY E TIRIRICA PROCESSADOS, TÊM QUE ATUALIZAR DEPÓSITO
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/17049-sony-tera-conta-refeita-em-condenacao-por-musica-de-tiririca
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Mais uma vitória dos afrodescendentes no Brasil!
Sony terá de refazer a conta do depósito da "maior indenização por racismo da História do Brasil".
No julgamento de hoje, por relatoria do Desembargador Desembargador MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO, a 16a. Camara Cível, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu que a conta que já tem depositada R$ 1.580.000,00 seja refeita e que deve alcançar R$ 2.000.000,00.
Fonte: Blog do Adami
Racismo no Brasil
SONY terá conta refeita em condenação por música de Tiririca
- Detalhes
- Publicado em Quarta, 23 Janeiro 2013 13:33
Sony terá de refazer a conta do depósito da "maior indenização por racismo da História do Brasil".
No julgamento de hoje, por relatoria do Desembargador Desembargador MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO, a 16a. Camara Cível, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu que a conta que já tem depositada R$ 1.580.000,00 seja refeita e que deve alcançar R$ 2.000.000,00.
O assunto já foi objeto de reportagem do Huffington Post em 01.2012 ( ver aqui)
, quando a mesma 16a. Câmara Cível determinou a correta atualização
monetária de reparação de dano, com efetividade muito maior que a mera
repressão penal defendida por alguns no Brasil, inclusive por órgão da
igualdade racial federal.
Parabéns às entidades de mulheres negras!
Adelaide está na fila!
Humberto Adami
As informações aqui contidas não produzem efeitos legais Somente a publicação no DJERJ oficializa despachos e decisões e estabelece prazos. |
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PROCESSO NO: 0040402-07.2012.8.19.0000 |
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TJ/RJ - 22/1/2013 17:34 - Segunda Instância - Autuado em 24/7/2012 |
Classe: | AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Assunto: |
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Órgão Julgador: | DÉCIMA SEXTA CAMARA CIVEL | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Relator: | DES. MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
AGTE: | CRIOLA e outros | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
AGDO: | SONY MUSIC ENTERTAINMENT BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Listar todos os personagens | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Processo originário: 0032791-25.1997.8.19.0001(1997.001.031079-1) | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Rio de Janeiro CAPITAL 33 VARA CIVEL | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
FASE ATUAL: | Conclusão ao Relator para Lavratura de Acórdão | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Data do Movimento: | 22/01/2013 13:02 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Magistrado: | Relator | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Motivo: | Lavratura de Acórdão | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Magistrado: | DES. MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Órgão Processante: | DGJUR - SECRETARIA DA 16 CAMARA CIVEL | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Destino: | GAB. DES MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
SESSAO DE JULGAMENTO | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Data do Movimento: | 22/01/2013 13:00 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Resultado: | Com Resolução do Mérito | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Motivo: | Provimento | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
COMPL.3: | Conhecido o Recurso e Provido - Unanimidade | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Data da Sessão: | 22/01/2013 13:00 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Antecipação de Tutela: | Não | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Liminar: | Não | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Presidente: | DES. LINDOLPHO MORAIS MARINHO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Relator: | DES. MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Designado p/ Acórdão: | DES. MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Decisão: | Conhecido o Recurso e Provido - Unanimidade | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Texto: | Por unanimidade de votos, reformou-se a sentença / decisão. |
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
"Brincadeira" gera protesto na web
http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2013/01/brincadeira-de-empresa-de-produtos-para-cabelos-gera-protestos-na-web.html
6/01/2013 16h39- Atualizado em 17/01/2013 11h23
Cadiveu publicou fotos de ação em feira com peruca do tipo black power.
6/01/2013 16h39- Atualizado em 17/01/2013 11h23
'Brincadeira' de empresa de produtos para cabelos gera protestos na web
Cadiveu publicou fotos de ação em feira com peruca do tipo black power.
Mulheres de cabelo crespo protestam e dizem que marca é preconceituosa.
Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
132 comentários
Uma ação de marketing da marca de cosméticos e produtos capilares Cadiveu vem causando polêmica na internet e revolta de mulheres de cabelos crespos, que passaram a lotar a página da empresa no Facebook com comentários de protestos e pedidos de retratação.
Usuários das redes sociais se sentiram ofendidos com a campanha que foi classificada de "mau gosto", "preconceituosa" e "racista". As críticas levaram a fundadora da empresa, Claudia Alcantara, a postar uma mensagem de esclarecimento que só elevou ainda mais a temperatura da polêmica por tratar a ação de marketing como uma "brincadeira".
"Quero dizer a vocês que essa brincadeira que nós fazemos é tão divertida e contagiante, que é sucesso no mundo inteiro, em todos os eventos", postou a empresária. "Essa 'peruca' é falsa, feita de plástico e não lembra um cabelo humano nem a quilômetros de distância", acrescentou.
Apesar das tentativas de retratação, os protestos continuam e foi lançado até uma campanha de boicote à marca. As criadoras do blog Meninas Black Power convocaram as mulheres de cabelo crespo a publicarem fotos com as mensagens #eunaoprecisodecadiveu #blackpowercontraopreconceito e #duroeoseupreconceito. No Tumblr, foi criada também a página Não preciso de Cadiveu.
“O que a marca chama de proporcionar diversão é o que todos os dias vemos com razão de enfrentamento. Há diversos penteados blacks pelas ruas sendo ridicularizados e a marca parece apoiar isso. Está claro que a empresa sugere que quem assume o crespo natural precisa usar química que reverta o crespo em liso", diz o manifesto de protesto do blog, que reúne mais de 40 mulheres.
Empresa diz que que 'respeita a diversidade'
Procurada pelo G1, a fundadora da Cadiveu afirmou, em nota encaminhada por sua assessoria de imprensa, que "em nenhum momento houve a intenção de causar constrangimento ou preconceito nessa ação".
"Trata-se- de uma ação que realizamos durante as feiras de beleza que participamos. A mesma foi criada em 2011 e tem como principal intuito incentivar a interação do publico com os produtos Cadiveu", afirma Claudia Alcântara. "Nossa linha de produtos é extensa e procuramos sempre atingir todos os públicos. Prova disso, é que temos entre nossos produtos uma linha chamada Bossa Nova, desenvolvida especialmente para quem tem cabelos cacheados. Queria reforçar que a Cadiveu é uma empresa 100% brasileira, que respeita a diversidade do nosso país, em todos os sentidos", acrescentou.
Em sua página na internet, a Cadiveu afirma possuir "uma gama de produtos para transformação, descoloração e tratamento dos cabelos" e estar presente em mais de 50 países.
Pela reação dos internautas nos comentários, a polêmica parece ainda estar longe de acabar.
Reclamação ao Conar
As integrantes do blog Meninas Black Power afirmam que encaminharão ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) uma reclação formal contra a Cadiveu. O G1 apurou que o Conar já recebeu reclamações de consumidores contra a empresa e avalia a abertura de um processo.
Segundo a Élida Batista, de 21 anos, o pedido de desculpas feito pela empresa no Facebook não pode ser considerado uma retratação, mesmo porque as fotos da ação de marketing continuam no ar.
"Só vamos parar a mobilização quando houver uma ação efetiva. Quando a empresa parar de usar essas perucas e parar de passar a mensagem de que o cabelo crespo natural é feio e precisa de química para ser digno de aceitação", disse ao G1 a integrante do Meninas Black Power. "O pior de tudo foi a empresa colocar a ação como algo divertido. Como é que se pode divertir pessoas humilhando outras?", completou.
Questionada pelo G1 se pretende manter a ação de marketing com o uso das perucas, a Cadiveu não se manifestou.
Cadiveu publicou no Facebook fotos de ação de marketing feita durante feira (Foto: Reprodução)
Tudo começou após a Cadiveu publicar em sua fanpage no Facebook um álbum de fotos de uma ação de divulgação para o estande da marca na Beauty Fair 2012, feira internacional sobre cabelos que aconteceu em São Paulo. Na ação, visitantes foram convidados para posarem usando perucas gigantes, que lembram um penteado black power, e mostrando uma placa com os dizeres: “Eu preciso de Cadiveu".Usuários das redes sociais se sentiram ofendidos com a campanha que foi classificada de "mau gosto", "preconceituosa" e "racista". As críticas levaram a fundadora da empresa, Claudia Alcantara, a postar uma mensagem de esclarecimento que só elevou ainda mais a temperatura da polêmica por tratar a ação de marketing como uma "brincadeira".
"Quero dizer a vocês que essa brincadeira que nós fazemos é tão divertida e contagiante, que é sucesso no mundo inteiro, em todos os eventos", postou a empresária. "Essa 'peruca' é falsa, feita de plástico e não lembra um cabelo humano nem a quilômetros de distância", acrescentou.
Página de protesto contra a marca Cadiveu criada
no Tumblr (Foto: Reprodução)
Diante da repercussão negativa, poucas horas depois, a fundadora da marca publicou um pedido de desculpas. "Pessoal, respeito a opinião de todos! E peço desculpas do fundo do meu coraçao se ofendi alguém. Essa não foi a minha intenção. Nós simplesmente (por um erro de falta de análises) não ligamos essa brincadeira a uma atitude preconceituosa. Sinto muito por isso e segue meu pedido de desculpas", escreveu Claudia, que publicou junto com a mensagem uma imagem com a mensagem "Amamos Black Power".no Tumblr (Foto: Reprodução)
Apesar das tentativas de retratação, os protestos continuam e foi lançado até uma campanha de boicote à marca. As criadoras do blog Meninas Black Power convocaram as mulheres de cabelo crespo a publicarem fotos com as mensagens #eunaoprecisodecadiveu #blackpowercontraopreconceito e #duroeoseupreconceito. No Tumblr, foi criada também a página Não preciso de Cadiveu.
“O que a marca chama de proporcionar diversão é o que todos os dias vemos com razão de enfrentamento. Há diversos penteados blacks pelas ruas sendo ridicularizados e a marca parece apoiar isso. Está claro que a empresa sugere que quem assume o crespo natural precisa usar química que reverta o crespo em liso", diz o manifesto de protesto do blog, que reúne mais de 40 mulheres.
Empresa diz que que 'respeita a diversidade'
Procurada pelo G1, a fundadora da Cadiveu afirmou, em nota encaminhada por sua assessoria de imprensa, que "em nenhum momento houve a intenção de causar constrangimento ou preconceito nessa ação".
"Trata-se- de uma ação que realizamos durante as feiras de beleza que participamos. A mesma foi criada em 2011 e tem como principal intuito incentivar a interação do publico com os produtos Cadiveu", afirma Claudia Alcântara. "Nossa linha de produtos é extensa e procuramos sempre atingir todos os públicos. Prova disso, é que temos entre nossos produtos uma linha chamada Bossa Nova, desenvolvida especialmente para quem tem cabelos cacheados. Queria reforçar que a Cadiveu é uma empresa 100% brasileira, que respeita a diversidade do nosso país, em todos os sentidos", acrescentou.
Em sua página na internet, a Cadiveu afirma possuir "uma gama de produtos para transformação, descoloração e tratamento dos cabelos" e estar presente em mais de 50 países.
Élida Batista, integrante do blog Meninas Black Power,
que condenou a campanha (Foto: Arquivo pessoal)
Em mais uma tentativa de retratação ao "mal entendido", a marca lançou nesta quarta-feira (16) em sua página no Facebook uma campanha convidando "meninas felizes com seus cabelos que assumam os cachos" a participarem de um vídeo "ensinando as mulheres a cuidarem dos cachos". "A Cadiveu quer mostrar que ama a diversidade e pode dar dicas ótimas para crespos", postou a empresa.que condenou a campanha (Foto: Arquivo pessoal)
Pela reação dos internautas nos comentários, a polêmica parece ainda estar longe de acabar.
Reclamação ao Conar
As integrantes do blog Meninas Black Power afirmam que encaminharão ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) uma reclação formal contra a Cadiveu. O G1 apurou que o Conar já recebeu reclamações de consumidores contra a empresa e avalia a abertura de um processo.
Segundo a Élida Batista, de 21 anos, o pedido de desculpas feito pela empresa no Facebook não pode ser considerado uma retratação, mesmo porque as fotos da ação de marketing continuam no ar.
"Só vamos parar a mobilização quando houver uma ação efetiva. Quando a empresa parar de usar essas perucas e parar de passar a mensagem de que o cabelo crespo natural é feio e precisa de química para ser digno de aceitação", disse ao G1 a integrante do Meninas Black Power. "O pior de tudo foi a empresa colocar a ação como algo divertido. Como é que se pode divertir pessoas humilhando outras?", completou.
Questionada pelo G1 se pretende manter a ação de marketing com o uso das perucas, a Cadiveu não se manifestou.
Contra à Intolerância Religiosa
http://www.generoracaetnia.org.br/sala-de-imprensa/calendario/item/457-21/01-dia-nacional-de-combate-a-intoler%C3%A2ncia-religiosa.html
21 de janeiro - Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
domingo, 20 de janeiro de 2013
TECIDOS AFRICANOS
http://aervilhacorderosa.com/category/tecidos-africanos/
tecidos africanos - arquivo
dia 1
Correu bem, o primeiro dia de escola. A E. começou contente a primeira classe, entregue a uma professora que me inspira confiança e a A., também em boas mãos, teve o primeiro dia do resto das nossas vidas. Despediu-se de nós com o ar sério que usa fora de casa e séria estava quando a fomos buscar. Fotografei-a de manhã, antes de acordar, na posição totalmente descontraída em que ainda dorme, porque não tarda muito, sem que dê por isso, terá deixado de ser o meu bebé.
parte dois
Feito o babete, faltava um saco-cama de algodão e uma fronha pequena para a sesta na escola. Os tecidos africanos foram uma escolha óbvia pela consistência, por não terem avesso, e também porque acho que a A. os vai associar mais ao conforto de casa e a um dos seus quilts favoritos do que se usasse um simples pano de lençol.
A fronha é uma tira de tecido dobrada e unida dos lados por dentro, com uma simples bainha nos topos. O saco-cama é basicamente uma capulana dobrada ao meio e unida pelo avesso em baixo e num dos lados até metade da altura.Continuar a ler…
women from finland and mozambique
Não foi uma prenda de Natal, mas não me importava nada, porque é um dos livros mais bonitos que vi nos últimos tempos. Chama-se Women from Finland and Mozambique e é uma colecção de retratos de mulheres moçambicanas pela fotógrafa finlandesa Magi Viljanen e de retratos de mulheres finlandesas pelo fotógrafo moçambicano Rui Assubuji, todos paginados junto a imagens de tecidos dos respectivos países. Para além das fotografias, inclui uma curta entrevista a cada uma das retratadas e alguns textos sobre a condição das mulheres em Moçambique e na Finlândia. O livro é pouco referido on-line – só o encontrei à venda nesta loja sul-africana – mas no site da fotógrafa Magi Viljanen há mais imagens. Também percebi que foi distinguido pelo The Finnish Book Art Committee. Curiosamente, há outra obra distinguida na mesma categoria que também é right up my alley (está quatro livros acima na lista): Sukkasillaan, sobre meias tradicionais finlandesas. Mais imagens aqui.
tecidos que falam (2)
Eliot Elisofon, Cloths on display, for sale at the market. Kumasi, Ghana, 1959 (imagem do Smithsonian Institution Research Information System).
Mais algumas imagens para ilustrar a história dos tecidos que falam. Nas últimas semanas tenho passado horas a olhar para fotografias de África. À medida que se reconhecem mais padrões as imagens ganham novas hipóteses de leitura. É viciante. Aqui ficam mais alguns bestsellers:
tecidos que falam
Quando, há uns anos, comecei a fazer alguma pesquisa sobre a história dostecidos africanos, fui apanhando aqui e ali referências aos significados dos vários padrões. Este é talvez um dos aspectos mais interessantes do tema, que é vasto: nos vários países em que circulam com mais abundância os wax prints, os padrões impressos nos tecidos não são apenas decoração. A cada padrão corresponde um nome, um provérbio ou uma ideia, e ao vestir um determinado pano está a enviar-se uma mensagem silenciosa a todos os que o vêem e, na maioria das vezes, a alguém em especial. Muitos dos padrões que circulam (cada vez mais, devido à entrada dos chineses neste mercado) têm apenas nomes locais ou não chegam a recebê-los, mas outros são verdadeiros clássicos, atravessam décadas e nunca saem de moda. Com umas horas de pesquisa, consegui encontrá-los a uso, hoje em dia, em vários países. Falam das relações entre marido e mulher, entre a mulher e as outras mulheres, entre cada um e a comunidade. Deixo aqui imagens de alguns dos que já aprendi a traduzir.
O da imagem de cima chama-se Fleurs de mariage e é, como o nome indica, alusivo ao casamento.
padrões
Continuando com a história dos tecidos africanos. Entre outros assuntos, quero escrever aqui em breve mais sobre a história do fabrico destes tecidos e, por outro lado, sobre a importância e o significado dos seus padrões. São precisamente os padrões, juntamente com as cores saturadas e o craclédecorrente da estampagem em batik, que nos fazem reconhecer imediatamente estes tecidos como africanos. Muitas vezes são abstractos ou quase, muitos incluem motivos vegetais e animais, mas os mais surpreendentes para o olhar não africano são os que mostram objectos do quotidiano, electrodomésticos, dinheiro, etc. Algumas imagens, de muitas outras que me apetecia mostrar:
a história da capulana 2
Continuando com a história da capulana, falta entre muitas outras coisas dizer que ela se separa em duas famílias culturalmente distintas: a da capulana propriamente dita, a que também se chama pano (por exemplo em Angola), pagne (nos países francófonos) ou chitenge ou kitenge (Zâmbia, Namíbia, etc.), cujo padrão pode ter dimensões variáveis e incluir ou não barras longitudinais, e a kanga, cujo padrão coincide com os cerca de dois metros de comprimento do pano, tem uma barra a toda a volta e, muitas vezes, uma frase inscrita (aqui há muitos exemplos). No Brasil também hácangas, mas sobre elas não sei grande coisa.
Uma das kangas que tenho é a da segunda fotografia. Foi trazida de Moçambique e é horrivelmente sintética, mas tem um motivo irresistível. DizMUARA INTAMUENE ORERA (intamuene quer dizer amigo, o resto não sei). As kangas são usadas sobretudo nos países situados a norte de Moçambique.
A capulana da primeira fotografia também veio de Moçambique. É de algodão e é estampada pelo processo convencional, e não em batik como os outros tecidos africanos. Não sei se me engano muito se disser que em Moçambique, onde o comércio de tecidos está há séculos na mão de comerciantes indianos, os tecidos estampados têm maior importância que os de batik, mesmo que os motivos de uns e outros sejam semelhantes. Aliás, se se andar à procura (eu tenho andado) em fotografias da primeira metade do século XX, o que se vê são tecidos tradicionais de tear e depois também muitos estampados com ar português, impossíveis de distinguir a olho nu de chitas como estas:
blusa
Pormenor de uma fotografia de Joseph Moïse Agbodjelou (Benim, ca. 1950) inAnthologie de la Photographie Africaine (Paris, Editions Revue Noire, 1998).
Este é um dos tecidos de que mais gosto. Uso-o todos os dias no sling da A. e serve-me de encosto à noite numa almofada do sofá. Percebi recentemente que o padrão já tem mais de meio século porque o descobri nesta fotografia (o ser tão bonito explica a longevidade).
Com o pedaço que me sobrava fiz uma blusa para mim, a partir de um molde de um livro japonês dos que tenho tido na Retrosaria (o molde também vem em tamanho de criança, e a E. já encomendou uma para ela com este tecido, para ficarmos parecidas).
dos tecidos africanos
Não se pode contar a história da capulana sem falar de uma técnica em particular de estampagem, por intermédio da qual nasceu o tipo de tecido que mais facilmente identificamos como africano. É a técnica indonésia do batik.
Resumindo bastante, pode-se contar a história assim: em meados do século XIX os holandeses tentam entrar no importante negócio de tecidos em batik da Indonésia (então sua colónia), mas sem grande sucesso. Por razões conjunturais esses tecidos são introduzidos e apreciados na África ocidental (onde os batiks indonésios já eram admirados há muito), levando a uma reorganização dos produtores holandeses no sentido de adaptarem o desenho dos tecidos ao gosto do mercado africano. Também empresas inglesas se dedicam à produção de tecidos em batik, cujo fabrico ainda era semi-manual em meados do século XX e permanece muito mais complexo que a simples estampagem.
Muitos dos padrões introduzidos por estas empresas há mais de cinquenta anos continuam a ser produzidos e imitados por fábricas locais. Nos últimos anos, os produtores têxteis chineses vieram alterar drasticamente o funcionamento do mercado (centrado parece-me que sobretudo entre a Costa do Marfim e os Camarões). Os contornos do fenómeno (bem como o conceito de africanidade destes tecidos que afinal são coloniais) estão muito bem explicados nesta entrevista, que deve ser o texto mais interessante sobre o assunto disponível on-line.
Hoje em dia, grande parte dos tecidos africanos à venda são cópias dos desenhos desenvolvidos pelas empresas holandesas e inglesas ao longo de mais de um século e meio, e impressos em tecidos de má qualidade, muitas vezes já com mistura de fibras sintéticas. Quem sabe, distingue-os pelo tacto e pelo preço mas quem compra on-line arrisca-se a levar facilmente gato por lebre. Nas fotografias tentei mostrar a diferença de textura entre um tecido em batik genuíno (o cor de rosa) e uma imitação, mas não é muito fácil. Fica o conselho para quem quiser comprar tecidos africanos deste género (ou peças produzidas com eles): quanto melhor é o tecido mais difícil é distinguir o direito do avesso, mais bem sobrepostas são as várias cores, mais densa é a trama e maior é a gramagem. A ourela costuma dar indicações sobre a origem (às vezes falsas, mas vale a pena ver). O preço também é um bom indicador: os bons tecidos são mesmo caros, não há volta a dar. Um bom wax aguenta anos sem perder as cores e a textura (mesmo que nos faça companhia todos os dias), e uma imitação está irreconhecível depois de meia dúzia de lavagens. Se se for comprar on-line, escolher só sites que forneçam indicações precisas sobre a qualidade e origem de cada um dos tecidos.
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