quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

MODA - MODA AFRO BRASILEIRA


http://www.irdeb.ba.gov.br/tamboresdaliberdade/?p=280

Por Jamile sodré
“Moda é a tendência de consumo da atualidade. A moda é composta de
diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear.”
A influência da cultura africana é estampada nas cores, formas e estilo da moda atual afro-brasileira. Isso pode ser observado na utilização de
tecidos coloridos, tecidos africanos, ou mesmo agregando nessa moda, artefatos regionais, como a renda e o bordado. Falar de uma moda afro é tentar sintetizar parte de uma cultura muito rica e vasta. Construímos então uma moda afro-brasileira, onde a cultura regional também nos influencia.
Um grupo é identificado pelas suas vestimentas, seus costumes, sua cultura. Criando assim um estilo próprio. A valorização desse estilo é resultado da nossa política de afirmação. Sim, moda também é uma ferramenta importante pra nossa identidade.

Exportamos para ruas, elementos da nossa religiosidade afro-brasileira, sem que pra isso perdessem seu valor sagrado, sendo preservados no seu espaço religioso. Isso é feito utilizando uma releitura dessas peças, como é caso por exemplo da utilização das batas. O nome é o mesmo, mas não é mesma bata que utilizamos nos momentos ritualísticos. Tem semelhanças de formas e cores. Podendo combinar essas batas não ritualísticas, com saias curtas ou mesmo com jeans do dia-dia.
Não se pode falar de moda afro ou afro-brasileira, sem citar umas das pioneiras desse segmento na Bahia, Saraí Reis, que vestia alguns integrantes do então Movimento Negro Unificado, recentemente, ela tem a loja Ifá Veste. Um dos trabalhos atuais dela como figurinista foi o figurino da peça Bença, do Bando de Teatro Olodum, por sinal lindíssimo.
Contemporânea de Saraí é Goya Lopes, que criou a grife Didara. Goya utiliza nas suas coleções estampas com grafismos inspirados pela moda afro-brasileira. Sua exclusividade vem da técnica de aplicação dessas estampas no tecido de malha.
Atualmente, temos Mônica Anjos, Madá Preta, com a Negrif, Najara com a N´Black , Eu mesma em parceria com Edson Santos, com a Bettume e tantas outras, inovando e preservando nossas raízes. Pode até parecer paradoxal, mas é na verdade uma força que a moda afro-brasileira possui, saber respeitar suas referências, modernizando seus conceitos. Outra marca desse estilo é compartilhar um com outro, como se diz na gíria “tamu junto”.

Lembro que pra mim essas referências foram latentes e definiu meu caminho profissional, um fato curioso foi que eu fazia designer gráfico e iria me confirmar Makota* na religião do Candomblé. Uma amiga me apresentou Mônica Anjos, que fez minha roupa da confirmação, sim uma
estilista fez minha roupa desse importante momento. E meu primeiro vestido pós-confirmação foi um branco de Goya Lopes. Mônica tinha acabado de ser formar em moda e conversando com ela pude ver que eu me identificava muito com a moda e que a moda estava mais perto do que eu podia imaginar.
A gente faz moda desde pequenininha(o).
fonte: Wikipédia-Enciclopédia Livre
*espécie de irmã mais velha que cuida da ritualistica e de elementos da Religião do Candomblé de origem Bantu.
Jamille Sodré, Designer de Moda & Produtora de Moda.Sócia – Designer da Bettume, Moda de Estilo.

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